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Vigia agora diz que não baleou casal em Matinhos, no Paraná

Ele diz ter emprestado arma, que é dele e foi usada no crime, para uma pessoa, da qual não soube dizer o nome

Por Evandro Fadel
Atualização:

O vigia Paulo Delci Unfried, preso por roubo e estupro em Matinhos, no litoral do Paraná, e que havia confessado à polícia ser o autor da morte do estudante Osíris Del Corso, e de provocar lesões graves na namorada do rapaz, M.P.L., voltou atrás em sua declaração, ontem, perante o juiz Rafael Luís Brasileiro Kanayama. Ele alegou ter emprestado a arma, que é dele e foi usada no crime, para uma pessoa, da qual não soube dizer o nome.

 

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Colocada frente a frente com Unfried e Juarez Ferreira Pinto, acusado pela polícia e denunciado pelo Ministério Público como autor dos crimes, M. voltou a identificar Juarez. "Não tenho dúvida nenhuma de que foi ele", ressaltou.

 

Ela disse nunca ter visto Unfried e ele próprio confirmou ao juiz não conhecer a moça. Unfried foi convocado como testemunha nesse caso. Quando a polícia o prendeu, achou duas armas em seu carro. Uma delas foi confrontada com as balas encontradas no corpo de Del Corso, com resultado positivo.

 

Em razão disso, ele foi confrontado pela polícia e assumiu o crime contra os jovens, versão mantida depois para o Ministério Público. Na audiência de ontem, após negar a autoria do crime, Unfried disse que a arma foi comprada para caça, mas emprestou-a para uma pessoa, da qual não tinha mais referências, no começo de janeiro, e que ela foi devolvida na primeira quinzena de fevereiro. O crime aconteceu no dia 31 de janeiro no Morro do Boi.

 

Em nota, a Promotoria de Justiça de Matinhos disse que Unfried também afirmou que "as declarações prestadas à promotoria anteriormente, de que seria o autor do crime, foram feitas em momento de muita pressão psicológica, temendo pela vida da família". A promotoria afirmou entender que o depoimento, o reconhecimento feito por M. e a falta de álibi por parte de Juarez reforçam a tese da acusação. "Portanto, o acusado pelo crime continua sendo Juarez Ferreira Pinto", diz a nota.

 

Um dos advogados de Juarez, Mário Lúcio Monteiro Filho, disse que continua com a certeza de que seu cliente é inocente e acentuou que a audiência reforçou essa tese. "Confirmou-se que a arma é dele (Unfried), emprestou para um amigo que não sabe dizer quem é, nem onde mora e nem onde pode ser encontrado, e ainda confirmou que não conhece Juarez", afirmou.

 

Ele ressaltou que os advogados analisarão o depoimento de Unfried para estudar os passos a serem dados pela defesa.

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