Villa-Lobos ganha retoques finais

Após 15 anos, parque paulistano será concluído; área terá orquidário, centro de educação ambiental e mirante

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Por Pedro Venceslau
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A história do Parque Villa-Lobos, às margens do Rio Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, é uma verdadeira epopeia. Antes de se tornar uma ilha verde no meio da capital, era um imenso lixão a céu aberto, de 732 mil metros quadrados. O projeto de transformá-lo em parque data de 1987. A ideia partiu do arquiteto e professor Decio Tozzi, que sempre passava pela área quando voltava das aulas na Universidade de São Paulo (USP). "Olhava aquilo e pensava: vão fazer uma selva de pedra aqui", diz. O então prefeito Jânio Quadros abraçou a causa, assim como o ex-governador Orestes Quércia, que fez a terraplenagem do terreno. Por pouco, o local não acabou tomado pelo mercado imobiliário. A inauguração oficial ocorreu apenas em 1994, na gestão do governador Luiz Antonio Fleury, mas ainda com o plano original inacabado. Mário Covas, seu sucessor e adversário político, não deu continuidade ao projeto e investiu pouco na manutenção. Só agora, em 2009, o parque será finalmente concluído, a tempo das eleições do próximo ano. "Durante muito tempo o parque parou de receber investimentos. Ficou praticamente abandonado, sem recursos necessários para a sua manutenção", diz Tozzi. O atual secretário de Estado do Meio Ambiente, Xico Graziano, responsável pela obra, convidou Tozzi para enfim terminá-la - e incrementar a sua criação. Com investimento de R$ 7 milhões em obras e mais R$ 1 milhão em paisagismo, o Parque Villa-Lobos vai passar por várias mudanças. A principal delas é a sua ampliação: uma área de 126 mil m², onde atualmente está um canteiro de obras do Metrô, será incorporada. Serão plantadas ali 17 mil árvores e, com isso, o parque passará a ter 57 mil. Antes disso, está prevista para agosto a inauguração do Circuito das Árvores, um complexo de passarelas no topo das plantas. Para setembro, o parque receberá o Ouvillas - um sistema de som ambiente ao ar livre que vai tocar músicas de Villa-Lobos durante todo o dia, com programação elaborada pela Rádio Cultura. Em abril de 2010, Graziano e o governador José Serra (PSDB) pretendem inaugurar o Espaço Villa-Ambiental, para oferecer cursos de educação ambiental a crianças. E, em setembro, um orquidário no centro do parque abrirá as portas com o nome da ex-primeira dama e antropóloga Ruth Cardoso. O estacionamento atual será substituído por outro subterrâneo, para 4.500 carros. Um elevador está sendo erguido para levar os visitantes até um mirante. A administração do parque ganhará uma nova sede, assim como a Polícia Militar. "Onde hoje é o Villa-Lobos, antes era uma área imprestável. Essa é a prova de que é possível fazer recuperação ambiental. Estamos até contratando uma produtora para fazer um filme sobre a história do parque, que hoje é um dos mais visitados da cidade", diz Graziano. O parque já tem ciclovia, quadras, campos de futebol, playground, concha acústica para shows e concertos, além de um grande bosque com espécies da mata atlântica. A área de lazer conta com aparelhos para ginástica, pista de cooper, tabelas de basquete de rua, um anfiteatro aberto com 750 lugares, sanitários adaptados para pessoas com deficiência e lanchonete. NOVIDADES 1 - Mirante Um elevador está sendo erguido para levar os visitantes até um mirante. A administração do parque também ganhará uma nova sede, bem como a Polícia Militar. O estacionamento atual será substituído por outro subterrâneo, com capacidade para 4.500 carros 2 - Espaço Villa-Ambiental Em abril de 2010, será inaugurado o centro de educação ambiental, voltado para crianças. Neste ano ainda, em agosto, quem visitar o parque já encontrará o Circuito das Árvores, um complexo de passarelas no topo das plantas. Em setembro, começa a funcionar um sistema de som ambiente, ao ar livre, que tocará músicas de Villa-Lobos 3 - Orquidário A inauguração do espaço está marcada para o mês de setembro. A obra ficará no meio do parque. O orquidário será batizado em homenagem à ex-primeira-dama e antropóloga Ruth Cardoso, morta no ano passado

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