Fortaleza e Roraima têm mais uma madrugada violenta

Onda de violência que atinge a Grande Fortaleza entrou no quinto dia; em Roraima, ao menos cinco dos quinze municípios do Estado tiveram ataques

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Por Lauriberto Braga e Cyneida Correia
Atualização:

Fortaleza e Roraima tiveram mais uma madrugada violenta. Nesta terça-feira, 31, o  35º Distrito Policial, no bairro Curió, em Fortaleza, foi alvo de um ataque a tiros. A Polícia contou ao menos 40 disparos que atingiram a estrutura da delegacia. Ninguém ficou ferido. Foi o quinto dia consecutivo de violência registrada na Grande Fortaleza.

Uma granada foi encontrada em delegacia em meio a série de ataques no Ceará; polícia explodiu artefato Foto: SINPOL

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Segundo o secretário estadual de Segurança, André Costa, a onda de violência seria uma reação do Comando Vermelho à morte de três assaltantes de banco na última quinta-feira , 26, em confronto com a Polícia, em Amontada, na zona norte do Estado.

"Não vamos nos intimidar. Estamos reagindo a estes ataques.Não vamos dar trégua a esses bandidos que estão querendo causar terror no Estado", afirmou. Até agora, cinco pessoas foram presas e 33 ataques foram contabilizados.

Na segunda-feira, 30, os ataques aconteceram em Fortaleza e Caucaia. Uma barricada foi colocada na entrada da Secretaria Municipal de Segurança Cidadã. O prédio já tinha sido alvejado na última sexta-feira, 27, quando começaram os ataques. Em Caucaia, na segunda-feira, uma van foi interceptada por um criminoso que apontou uma arma para a cabeça do motorista e obrigou que todos passageiros descessem. Um micro-ônibus em Caucaia foi incendiado também na tarde de segunda. 

No total, são 15 ônibus, uma viatura da Polícia Civil, uma viatura da Perícia Forense e 125 motos que estavam no pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) incendiados. Atingidas as delegacias dos bairros Curió, João XXII, de Maracanaú e de Chorozinho. Atingidas agência da Caixa Econômica Federal, do Banco Itaú e dos Correios. Alvejadas três unidades do Detran e das secretarias de Segurança Cidadã e Executiva Regional IV. Uma loja de móveis em Fortaleza foi atacada.

Atropelamento 

No início da noite de segunda-feira, 30, um caminhão desgovernado atropelou 17 pessoas na Avenida Osório de Paiva, no bairro Siqueira, em Fortaleza. A princípio, a Polícia suspeitou de mais um ataque do Comando Vermelho, mas as investigações mostraram que o motorista do caminhão estava embriagado e perdeu o controle do veículo, arrastando por 150 metros pessoas, motos e batendo em prédios que estavam pale frente. Duas pessoas morreram (uma mulher e um homem) e 15 pessoas foram levadas para o Instituto José Frota (IJF) com ferimentos graves. O motorista foi preso e confessou que havia ingerido bebida alcoólica.

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Roraima sofre ataque simultâneo em cinco municípios

Roraima também teve uma madrugada violenta pelo segundo dia consecutivo.Pelo menos cinco dos quinze municípios do Estado tiveram ataques. Criminosos atacaram, com coquetéis molotov, delegacias, prédios da Polícia Militar, agências bancárias e prefeituras. Um ônibus e um caminhão de lixo foram incendiados e a frota deixou de circular de manhã, porque os motoristas ficaram com medo dos ataques.

Criminosos atacaram, com coquetéis molotov, delegacias, prédios da Polícia Militar, agências bancárias e prefeituras Foto: Nilzete Franco

Foram atacados ainda um Centro de recolhimento e Assistencia (Cras), duas agências bancárias da Capital, Boa Vista, seis caixas eletrônicos e um micro-ônibus da Polícia Militar, que funciona como trailer fixo, e fica em frente a um Colégio Militar. A ordem para os ataques teria partido de um detento da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona Rural do município. Para a polícia, os ataques são uma reação de detentos. "Encontramos oito buracos cavados pelos presos que seriam utilizados para uma fuga em massa da Penitenciária. Nós conseguimos impedir essa fuga, apreendemos mais de 30 celulares e anotações do crime organizado. Então acreditamos que esse tenha sido o verdadeiro motivo pelo qual os presos resolveram atacar. Uma espécie de represália criminosa", afirmou o comandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronel Edison Prola. Para a população do Estado, Prola disse que é preciso confiar na segurança pública. "Porque nós não vamos deixar bandido criar nome. Facção criminosa nenhuma vai implantar terror em Roraima, quero tranquilizar toda a população de Roraima".

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