BELO HORIZONTE - A Vale, operadora do trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), suspendeu ao menos entre esta quinta-feira, 9, e sexta-feira, 10, a circulação da composição no trecho que passa pelo Espírito Santo. O Estado enfrenta problemas de segurança por causa do motim da Polícia Militar, que já está em seu sétimo dia. Nesses dois dias, o trem operará apenas entre Belo Horizonte e Governador Valadares, na região leste de Minas Gerais.
A empresa afirmou, em nota, que a suspensão ocorreu "em função do cenário atual". "A empresa tem avaliado diariamente o cenário ao longo da linha férrea visando a garantir o atendimento aos passageiros", informou o texto.
Passagens. Os passageiros com passagem comprada para o período poderão remarcar o bilhete ou pedir reembolso, o que pode ser feito nas estações do trem ao longo do trajeto, no prazo de 30 dias. O Vitória-Minas é o único trem de passageiros de longa distância com operação diária em funcionamento no País.
ENTENDA A CRISE NO ESPÍRITO SANTO
Familiares e amigos de policiais militares no Espírito Santo começaram, na noite de sexta-feira, 3, a fazer manifestações impedindo a saída das viaturas para as ruas e afetando a segurança dos municípios.
Sem reajuste há quatro anos, os PMs reivindicam aumento salarial e melhores condições de trabalho.
O motim dos policiais levou a uma onda de homicídios e ataques a lojas. Com medo, a população passou a evitar sair de casa e donos de estabelecimentos fecharam as portas. Os capixabas já estocam comida.
Na segunda-feira, 6, a prefeitura de Vitória suspendeu o funcionamento das escolas municipais e deunidades de saúde.
Também na segunda, o governo federal autorizou o envio da Força Nacional e das Forças Armadas para reforçar o policiamento nas ruas de cidades do Espírito Santo. Apesar do reforço, o clima de tensão se manteve no Estado.
A morte de um policial civil na noite de terça-feira, 7, motivou uma paralisação da categoria na quarta, agravando ainda mais a crise de segurança no Espírito Santo.
Para tentar conter o motim, o governo criou na quarta-feira, 8, um comitê de negociação com representantes do movimento que impede a saída de policiais militares dos batalhões das principais cidades do Estado.