Virose de verão preocupa turistas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Metade das crianças atendidas no Pronto Socorro Municipal de Mongaguá, que funciona anexo ao hospital da cidade, apresentam uma virose típica do verão que se caracteriza pela presença de diarréia, que pode durar até 10 dias, vômito contínuo e dor de barriga. A virose também atinge adultos, mas torna-se preocupante quando em pequeninos, porque pode causar desidratação. De acordo com o médico Isaac Aztenjngart, pediatra do PS, trata-se de uma epidemia freqüente no verão, de fácil propagação e que está presente em todo o litoral. "A virose pode ser contraída tanto pelo ar como pela água da praia, devido ao uso abusivo do mar". O pediatra explica que, no caso de Mongaguá, a cidade tem 30 mil habitantes e, em época de temporada, a população chega a quase 300 mil pessoas, que freqüentam as praias, que têm algas, e urinam bastante no mar. "Isso ocorre em todo o litoral". Segundo o pediatra, a virose começou no mês de dezembro e deverá continuar a fazer vítimas até o fim do verão, acometendo, principalmente as crianças que, na opinião de Sztenjngart, são as mais susceptíveis de contrair a moléstia. Ele esclarece que, para melhorar as crises de vômito, aplica-se uma injeção, "mas a diarréia se cura sozinha, porque é autolimitada e, aqui na Baixada, tem tido a duração de quatro dias". De cada 100 casos que o pediatra atende no PS, 50% são crianças acometidas pela virose. "Destas, 20% chegam com algum grau de desidratação devido ao vômito, à diarréia e ao calor, sendo obrigadas a ficar no repouso para se hidratar". Só no último sábado, Isaac Sztenjngart atendeu 40 casos de diarréia virótica, mas deixou claro que até este domingo, nenhuma criança morreu em conseqüência da epidemia de verão. Neste domingo, pela manhã, na sala de espera do Hospital Municipal de Mongaguá, a paulistana Dinda Gomes esperava com impaciência que o filho de três anos de idade fosse atendido. O motivo: diarréia. Dinda comentou que reside em São Paulo e chegou a Mongaguá no sábado, tendo passado o dia na praia. "Hoje vou embora cedo porque o meu filho está com diarréia. Passei por aqui primeiro para que ele pudesse ser medicado", enfatizou. O taxista Antonio Barbosa da Silva, que reside em Santo Amaro, é um dos mais revoltados com a virose de verão. Ele foi, na última terça-feira, passar o fim das férias, em Mongaguá, com os três filhos menores, de idade entre 7 e 9 anos, mas retornou antecipadamente, na sexta-feira. "Esperei as crianças melhorarem e voltei para casa". Ele conta que foi para a praia pela manhã, e, no período da tarde, os filhos já começaram a sentir náuseas e diarréia. "No hospital tomaram remédios que fizeram melhorar o mal-estar, mas quando lá cheguei, já tinham passado pelos médicos, cerca de 50 pessoas, com diarréia e ânsia de vômito, entre crianças e adultos", lamenta Silva. De acordo com o diretor do Hospital Municipal de Mongaguá, o médico Oscar Pedro Lencine, o maior volume de casos de gastroenterite virótica foi registrado nas duas primeiras semanas de dezembro. Ele não soube precisar o número, mas garantiu que a moléstia "é comum durante o verão". Lencine concluiu aconselhando os turistas e moradores das cidades do litoral a procurar se hidratar bem. As crianças devem tomar, de preferência, água mineral e, quem tem casa de temporada no município, providenciar a limpeza das caixas de água, colocando hipoclorito de sódio.

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