Visita de Dilma a túmulo de Tancredo irrita PSDB

Cúpula nacional do partido mobilizou a direção do DEM e do PPS para divulgar uma nota conjunta de protesto

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Por Christiane Samarco
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BRASÍLIAA visita da pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, ao túmulo do ex-presidente Tancredo Neves, na tarde de terça-feira, provocou um levante no PSDB mineiro mais próximo do ex-governador Aécio Neves (PSDB) e foi classificada de "eleitoreira". Furiosa com a "cara de pau" da petista em promover "um ato de campanha travestido de homenagem" no cemitério de São João Del Rei, a cúpula nacional do partido mobilizou a direção do DEM e do PPS para divulgar nota conjunta de protesto."Foi uma comoção em Minas Gerais", contou o secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro (MG), que ajudou a redigir a nota assinada pelos presidentes do PSDB, senador Sérgio Guerra, do DEM, deputado Rodrigo Maia, e do PPS, Roberto Freire."É inacreditável que aqueles que viraram as costas a Tancredo e sempre foram contra ele agora usem seu túmulo para fazer demagogia de campanha", protestou o deputado Castro. "É cara de pau, um ato de campanha travestido de homenagem", disse Rodrigo Maia.Críticas. Na nota, intitulada Um Atraso Histórico, os três partidos criticam o gesto "tardio e mal explicado", além de acusar a petista de "encenar" a homenagem por "oportunismo". Para a oposição, a petista chegou 25 anos atrasada ao túmulo de Tancredo, onde depositou flores ontem. Dirigentes dos três partidos fizeram questão de lembrar, na nota, que o partido ao qual Dilma aderiu recentemente é o mesmo PT que negou apoio a Tancredo e ao pacto da transição democrática."Consultei o governador Aécio sobre a nota dos partidos e ele preferiu deixar que nós decidíssemos sobre a questão porque este embate é político. Não é pessoal, nem envolve a família Neves", disse Guerra, após divulgar o texto de 20 linhas. "Se a candidata tivesse reconhecido o grave erro político que o PT cometeu à época, quando recusou voto a Tancredo no colégio eleitoral, em posição coincidente com a ditadura, a visita se justificaria", completou o senador, expressando a razão maior da revolta do tucanato.A nota menciona o "erro intransigente do PT" ao expulsar seus deputados que votaram em Tancredo no colégio eleitoral, referindo-se ao caso como "uma das lamentáveis bravatas" petistas. A oposição cobrou o fato de jamais ter ocorrido retratação do PT, de Dilma e Lula. O documento lembrou também que não houve retratação da negativa de apoio a "outro mineiro", o ex-presidente Itamar Franco.Marina encontra militantes da webPresidenciável do PV, a senadora Marina Silva vai se reunir no sábado, em Belo Horizonte, com militantes da rede social Movimento Marina Silva (movimentomarinasilva.org.br), que reúne 15 mil seguidores. Eles produzem material gráfico de apoio à senadora, "marinam" voluntários e divulgam suas ideias. A rede foi implantada em 2007 e dobrou o número de participantes desde que Marina se lançou candidata.

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