PUBLICIDADE

Visitas aos presídios paulistas continuam suspensas

A medida tem o objetivo de evitar novas rebeliões e diz respeito às condições dos presídios, que atualmente não oferecem segurança pelos danos causados nos motins ocorridos entre os dias 12 e 15

Por Agencia Estado
Atualização:

As visitas a 74 unidades prisionais do Estado onde houve rebeliões em série continuarão suspensas no próximo sábado e domingo, pelo segundo fim de semana consecutivo. A resolução da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) valerá por tempo indeterminado em cada unidade, dependendo de uma avaliação conjunta feita pelas diretorias e o departamento de engenharia da secretaria. A medida tem o objetivo de evitar novas rebeliões e diz respeito às condições dos presídios, que atualmente não oferecem segurança pelos danos causados nos motins realizados na megarrebelião organizada pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital no fim de semana do dia 12. Também está mantida a suspensão dos banhos de sol nas penitenciárias onde as portas das celas não foram destruídas. Os detentos dessas unidades permanecem trancados. A assessoria de imprensa da SAP informou que a resolução somente será revogada "se tudo correr bem", referindo-se à volta da normalidade nos presídios. Nas penitenciárias de Pacaembu e Irapuru, com mais de mil presos cada, a situação permanece delicada com os detentos nos pátios e as celas sem portas. A vigilância é feita por agentes de muralhas. Nesta quarta-feira, 24, a Tropa de Choque fez vistorias para contagem dos presos em Irapuru, mas nenhum havia fugido. Em Pacaembu, dos 18 que fugiram no último sábado, três ainda não foram recapturados. Rebeliões e Ataques Entre os últimos dias 12 e 15, uma megarrebelião comandada pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) mobilizou 87 penitenciárias, centros de detenção e cadeias espalhadas por todo o Estado de São Paulo. Durante os dias 13 e 14, mais de 60 rebeliões chegaram a acontecer simultaneamente, no que se tornou a maior rebelião de presos da história do País. Além das rebeliões, integrantes da facção são acusados de participação na morte de 30 policiais. Ônibus foram incendiados, em várias cidades do Estado, e agências bancárias e uma estação do metrô, a Artur Alvim, foram atacadas, em um total de 293 ocorrências. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado o total de civis mortos entre os dias 12 e 19 é 110 - não 111, conforme divulgado anteriormente - desses, 79 tem ligação comprovada com a onda de ataques do PCC. As outras 31 vítimas foram mortas em confrontos diretos com a polícia, em crimes comuns da periferia da cidade, que podem ser desde roubo a brigas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.