Viúva do ganhador da Mega Sena pede habeas-corpus

No dia 27 de fevereiro, juiz prorrogou prisão por 30 dias; Adriana está presa desde o dia 30 de janeiro por envolvimento na morte do marido, René Senna

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Por Agencia Estado
Atualização:

Adriana Ferreira Almeida, acusada de participar do plano para matar seu marido, René Senna, apresentou novo pedido de habeas-corpus ao Supremo Tribunal Federal. Adriana está presa desde o dia 30 de janeiro, pois teria feito parte do assassinato do marido, que ganhou R$ 52 milhões na Mega Sena. O mesmo pedido de habeas-corpus já havia sido feito outra vez ao Supremo, mas foi negado pela relatora, ministra Cármen Lúcia. Segunda a jurisprudência, o STF não analisa pedido de habeas-corpus se pedido semelhante já foi negado, em caráter liminar, por tribunal superior. Adriana entrou com pedido no Superior Tribunal de Justiça, mas a liminar foi negada. No novo pedido, o advogado de Adriana alega que o decreto da prisão temporária dela afronta o princípio constitucional da fundamentação das decisões judiciais ?porquanto limita-se a reproduzir o texto legal, sem aduzir elementos que demonstrem a efetiva necessidade da sua prisão?. Cronologia do caso Julho de 2005: René Senna, ex-lavrador e ex-açougueiro de Rio Bonito, ganha sozinho o prêmio de R$ 52 milhões da Mega Sena. Janeiro de 2006: René, então com 53 anos, se casa com a cabeleireira Adriana Almeida, de 28 anos. Janeiro de 2007: Adriana paga R$ 300 mil por uma cobertura no Arraial do Cabo (RJ). No documento de compra e venda, diz não ser casada nem ter relacionamento estável. 4 de janeiro: O casal briga, e Adriana deixa a fazenda de R$ 9 milhões onde morava com o marido. 7 de janeiro: René Senna é morto com quatro tiros de pistola à queima-roupa no Bar do Penco. 12 de janeiro: Acusada pela única filha de René, Renata, de ser a mandante do crime, Adriana depõe na delegacia de Rio Bonito. A polícia pede quebra do sigilo bancário e telefônico da ex-cabeleireira. 27 de janeiro: O motorista de van Robson de Oliveira, de 27 anos, diz em depoimento de seis horas que ele e a viúva se conhecem há três anos, já namoraram, reataram em setembro e passaram o réveillon juntos em Arraial do Cabo. 29 de janeiro: Adriana admite que mentiu e pede pra refazer declarações à polícia. 30 de janeiro: Adriana é presa sob acusação de envolvimento no crime. 1º de fevereiro: Dois policiais militares que trabalharam como seguranças de René Senna foram presos, sob suspeita de participação no crime. 2 de fevereiro: O ex-policial militar Anderson Silva de Souza, que atuou como segurança do milionário, se entrega para a polícia, é preso e considerado suspeito. 5 de fevereiro: Prisão da professora de educação física Janaína da Silva Oliveira, mulher do ex-policial militar Anderson Silva de Souza - apontado como possível executor do assassinato - e amiga da viúva de Senna, Adriana Almeida. 6 de fevereiro: O último suspeito, o motorista Edney Gonçalves Pereira, se entrega à polícia e nega participação no crime. 8 de fevereiro: Depoimento de Creuza Ferreira Almeida, mãe de Adriana, reforça indícios de que ela tenha ligações com a morte de Renné e do PM Davi Vilhena. Creuza declarou que o ex-PM Anderson da Silva Souza, acusado de ser o autor do crime, tinha ciúmes de Vilhena com o patrão. 14 de fevereiro: Justiça nega pedido de habeas-corpus de Adriana. Decisão levou em consideração conversas telefônicas que indicaram que ela tentou atrapalhar as investigações sobre o caso. 26 de fevereiro: Polícia do Rio faz a reconstituição do crime, no dia 7 de janeiro, na cidade de Rio Bonito. 27 de fevereiro: Juíza prorroga por 30 dias a prisão dos seis envolvidos no caso.

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