Voluntário é acusado de pedofilia

Colaborador da Igreja Católica foi flagrado fazendo sexo com garoto; ele foi preso e disse que só queria ?orientar?

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Por Renato Machado
Atualização:

Um colaborador da Igreja Católica foi preso em flagrante na madrugada de domingo acusado de pedofilia. Após receber uma denúncia anônima, policiais militares flagraram por volta de 4h30 o contador José Luiz Perestrelo da Côrte, de 44 anos, mantendo relações sexuais com um adolescente de 15 dentro de seu carro, que estava estacionado na Rua Capistrano de Abreu, em Santa Cecília, região central de São Paulo. Após avistar os policiais, o contador ainda ligou o carro e tentou fugir, mas foi cercado na mesma rua. Em depoimento no 77º Distrito Policial (DP), ele negou as acusações de pedofilia e disse que estava somente conversando com o jovem e que "sua intenção era orientá-lo". Côrte foi indiciado por corrupção de menores e por submeter um adolescente à prostituição, este último crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O adolescente contou ao delegado responsável pelo caso que recebeu R$ 10 para manter relações sexuais com o contador e que aquela não havia sido a primeira vez. Segundo a polícia, o jovem é morador de rua na região de Santa Cecília. Como não tem família, ele foi encaminhado ainda no domingo ao Centro de Referência da Criança e do Adolescente (Creca). Côrte faz trabalho voluntário há cerca de 15 anos na Cáritas Diocesana de Campo Limpo, na zona sul da cidade. Desde 2006, ele faz parte da diretoria da entidade atuando como secretário - a gestão termina neste ano. A Diocese de Campo Limpo - por meio de sua Assessoria de Imprensa - ressalta, no entanto, que ele é "leigo", ou seja, não tem formação religiosa. A Cáritas Diocesana está envolvida com diversos projetos sociais com a comunidade, como a Pastoral da Família e da Criança. A diretoria da Diocese afirma que Côrte não estava ligado com a execução desses projetos e tampouco tinha contato direto com o público. Por sua formação contábil, ele realizava serviços administrativos e atuava principalmente nos encontros da diretoria. As atendentes da diocese ouvidas pela reportagem se disseram surpresas com as acusações. A diretoria afirma que não vai se manifestar sobre as acusações, pois Côrte era somente um voluntário, sem relações mais profundas com a entidade. Ele foi descrito como "idôneo e de boa índole", realizando com "competência e honestidade" suas atividades. A diretoria considera improvável que ele tenha efetuado algum crime com a população atendida pela Diocese.

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