Vôos atrasaram devido ao mau tempo no Rio, segundo Anac

Passageiros enfrentaram filas nos guichês e atrasos de até cinco horas nos vôos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Passageiros que tentaram embarcar nesta quarta-feira, 20, no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio, sofreram com filas enormes nos guichês das companhias aéreas, falta de informações e atrasos de até cinco horas nos vôos. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou que, entre meia-noite e 17 horas, 52 dos 103 vôos programados partiram com mais de uma hora de atraso e nenhum foi cancelado. Desta vez, no entanto, o problema não foi provocado pelos controladores de vôo. Anac informou ainda, por meio de nota oficial, que o transtorno ocorreu por conta do mau tempo que atingiu São Paulo no início da noite de terça-feira. Em razão das trovoadas e fortes rajadas de ventos, segundo a Anac, o controle do espaço aéreo inverteu, por três vezes, o sentido de pousos e decolagens das aeronaves na pista do Aeroporto Internacional de Congonhas, o principal ponto de conexão do País. A situação só foi normalizada após as duas horas da manhã desta quarta, o que afetou a chegada e partida de vôos em, pelo menos, 14 aeroportos. O estudante americano Connor Bailey, de 13 anos, e sua família ficaram cerca de duas horas e meia para fazer o check-in. "Estou cansado de esperar e preocupado com o atraso", disse Bailey, que dormiu sobre os carrinhos que levavam as malas. " Viajarei num cruzeiro que partirá de Porto Belo (em Santa Catarina) às 17 horas de hoje (ontem) e não sei se chegarei a tempo", afirmou ele, que, até o início da tarde, não tinha embarcado no vôo com destino a Foz do Iguaçu. A avó do estudante, Suzanne Cohn, de 68 anos, reclamou da falta de informação. "É frustrante, porque a gente pensa várias coisas quando não se sabe o motivo do atraso. A informação traz tranqüilidade aos passageiros", argumentou. "É comum os vôos atrasarem nos aeroportos do mundo inteiro, porém o que mais aborrece é a falta de notícia". Crise O presidente do Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias (Snea), Marco Antonio Bologna, afirmou nesta quarta, em entrevista coletiva, que a crise do setor aéreo só deve ser minimizada no final do primeiro semestre de 2007. "Ainda teremos problemas nesse final de ano", admitiu. A melhoria do setor, disse, só vai começar a ser sentida com o início das operações dos novos controladores (cerca de 160) que já foram contratados e passarão por treinamento nos próximos três meses. Segundo ele, entretanto, o gargalo neste segmento não pode ser considerado o principal problema, já que, proporcionalmente, a quantidade de pessoas que atuam no controle do tráfego aéreo seria, em sua opinião, condizente com outros países. "Nos Estados Unidos existem sete mil aeronaves voando, controladas por 13 mil pessoas. Aqui no Brasil são 700 aviões e mais de 2 mil controladores", comparou. Bologna afirmou ainda que os prejuízos do setor com a atual crise podem chegar a R$ 80 milhões, considerando o valor desembolsado para hospedagem, traslado e alimentação de passageiros com vôos atrasados, pagamento de horas extras a funcionários, entre outros custos. O valor exato está sendo calculado por um grupo de trabalho formado pela Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). "Em posse dos custos exatos auditados pela Anac, cada empresa poderá tomar suas próprias atitudes, de cobrar reembolso do governo, por exemplo, por meio judicial", exemplificou.

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