PUBLICIDADE

Votos de Clodovil elegem coronel para a Câmara Federal

Com menos de sete mil votos, Paes de Lira é eleito pelo desconhecido PTC, graças à performance do estilista

Por Agencia Estado
Atualização:

Candidato pelo desconhecido PTC, Clodovil Hernandes foi o terceiro mais votado para a Câmara dos Deputados por São Paulo, com 493.951 votos (2,43%), o que ajudou a eleger mais um de seu partido. O coronel Paes de Lira, que teve menos de sete mil votos, está eleito. "Não foi uma surpresa, porque trabalhei minha candidatura para ser o segundo colocado no partido, uma vez que já sabíamos que o Clodovil teria votação excelente", admite o novo deputado, na reserva da Polícia Militar depois de 35 anos de serviço, que tem como plataforma a "garantia do cidadão de bem ao porte de arma legal" e deve integrar a chamada bancada da segurança. À primeira vista tão diferentes, o costureiro e o coronel que ele elegeu mal se conhecem. "Nos encontramos numa reunião do partido. Soube que ele é uma pessoa muito boa", arrisca Clodovil, dizendo-se um tanto decepcionado com os quase 500 mil votos. "Poderia ter sido muito mais, se tivessem me deixado fazer a campanha do jeito que eu queria. Se o presidente do partido (Ciro Moura) não tivesse insistido em ficar com o horário eleitoral quase todo para ele, eu poderia ter tido 2 milhões de votos." Ciro teve 5.860 votos. Histórico Com mais de 45 anos de carreira, Clodovil já trabalhou em várias emissoras de TV - a última, a RedeTV!, demitiu o estilista em razão de desentendimentos com integrantes do programa Pânico. O apresentador ingressou na política este ano - as origens de seu partido remontam ao PRN, que elegeu Fernando Collor em 1989. Clodovil animou o horário eleitoral ao dizer que não é passivo e que, com ele, ?Brasília nunca mais será a mesma?. Aos 70 anos, venceu o câncer, se lançou deputado por um partido nanico e, sem nenhum santinho, conseguiu não só se eleger, mas levar para o Congresso mais um companheiro de partido. Clodovil não tem plataforma definida ainda. Critica, com a mesma indignação, o político que rouba do povo e o pai que permite que o filho durma com a namorada em casa. Ele não sabe se será oposição ou situação, ou ainda, se pertence à esquerda, à direita ou ao centro. O estilista recém-eleito prefere não se pronunciar sobre o segundo turno da corrida presidencial. Mas não deixa de dar suas impressões sobre o presidente Lula. "As pessoas estavam malucas (quando elegeram Lula), e o PT não é partido político, é uma seita. Não estou falando mal do presidente, mas de uma pessoa que não tinha capacidade nenhuma para exercer essa pretensiosa ocupação, o máximo de representação na hierarquia do País, que é o cargo de presidente da República. Só tinha que dar no que deu", concluiu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.