
17 de setembro de 2019 | 07h00
Atualizado 17 de setembro de 2019 | 13h04
RIO - O incêndio que atingiu o Hospital Badim, na zona norte do Rio, na quinta-feira, 12, deixou 14 pessoas mortas e causou choque e comoção na cidade. As imagens do resgate às pressas de pacientes acamados marcaram o caso e simbolizaram as condições das vítimas: asfixiadas pela fumaça ou sem contar mais com o funcionamento vital de aparelhos, as pessoas que morreram tinha de 66 a 95 anos. A Polícia Civil investiga o que iniciou as chamas. Veja o que se sabe do caso até agora:
A Polícia Civil ainda realiza trabalhos de perícia a fim de entender o que iniciou o incêndio no hospital. Mas a própria direção divulgou que a principal suspeita era que um curto-circuito em um gerador no subsolo do prédio tenha dado início às chamas. No sábado, 14, peritos voltaram ao local e a inspeção se concentrou no subsolo. Será feito um estudo mais aprofundado para saber como foi feita a manutenção do gerador, informou o delegado Roberto Ramos, que apura o caso.
Uma série de questões sobre o episódio continuam sem resposta. Entre outras coisas, os investigadores terão que descobrir como a fumaça se espalhou pelos andares do prédio, por que motivo o exaustor não jogou essa fumaça para fora, se havia saídas de emergência, rotas de fuga e se o plano de evacuação emergencial foi devidamente executado.
Imagens das câmeras de segurança obtidas pelo Fantástico, da TV Globo, mostram que cerca de oito minutos se passaram entre o curto-circuito no gerador da unidade e o início da movimentação para a retirada de pacientes do local. A cronologia de imagens exibida no programa começa às 17h45, no subsolo onde ficava o equipamento. Nesse tempo a fumaça foi se intensificando e atingiu os andares superiores do hospital.
A área de um hospital onde ficam os geradores deve ter estrutura que a isole das outras alas do edifício em caso de incêndio e que resista ao fogo e à fumaça por duas horas. Isso é o que estabelece regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre segurança em edificações de estabelecimentos de saúde. Apenas neste ano foram mais de 20 acidentes parecidos com o do Badim, com as mais diferentes causas, desde curto-circuito até incêndios criminosos.
O Instituto Médico-Legal (IML) disse que a maioria das vítimas morreu por asfixia e que não houve corpos carbonizados. Os equipamentos aos quais muitas dessas vítimas estavam ligadas deixaram de funcionar no momento do incêndio.
Uma vítima, cuja morte foi confirmada nesta segunda-feira, 16, não teve a identidade divulgada
Vinte das 77 pessoas que foram transferidas para outros 12 hospitais do Rio já foram liberadas. No momento em que o fogo começou havia 103 pacientes internados no hospital.
O Estado do Rio só trocou seu Código de Segurança contra Incêndio, de 1976, neste mês. A nova legislação foi aprovada em dezembro do ano passado, mas só começou há valer há nove dias. Além do caso no Hospital Badim, que deixou 12 mortos, também houve incêndios graves no Museu Nacional, em setembro de 2018, e no centro de treinamento de jovens atletas do Flamengo, o Ninho do Urubu, em fevereiro deste ano.
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