4 PMs teriam pago por fraude em depoimento sobre Amarildo

Agentes são denunciados por dar dinheiro a duas testemunhas, que acusaram o traficante Catatau pelo assassinato do pedreiro

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Por Roberta Pennafort e Sergio Torres
Atualização:

RIO - Quatro policiais militares acusados de participação no desaparecimento e na morte do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, voltaram a ser denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio e pelo Ministério Público Militar. O major Edson Raimundo dos Santos, o tenente Luiz Felipe de Medeiros e os soldados Newland de Oliveira e Silva Júnior e Bruno Medeiros Athanasio são, agora, acusados de pagar a duas testemunhas para que apontassem, em depoimentos formais, traficantes da Favela da Rocinha, na zona sul do Rio, como assassinos de Amarildo.

De acordo com a denúncia dos promotores, os policiais militares deramR$ 500 e R$ 850 para as testemunhas acusarem o traficante Thiago da Silva Neris, o Catatau, pelo crime.

O diálogo telefônico entre o suposto Catatau e um PM foi combinado, segundo os promotores. Na conversa, Catatau diz que Amarildo foi morto pelo tráfico.

Em agosto de 2013, a Anistia Internacional organizou protesto contra o sumiço de Amarildo, que teve participação da família e do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Uma perícia na gravação feita pelos investigadores concluiu que um outro policial militar fingiu ser o traficante na conversa, em uma tentativa de enganar os responsáveis pelo inquérito policial. Os depoimentos falsos das testemunhas viriam confirmar o teor do diálogo montado.

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