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Acusados de matar cinegrafista no Rio vão a júri popular

Juiz considerou que Caio de Souza e Fábio Raposo Barbosa agiram com intenção de matar; Santiago Andrade morreu em fevereiro

Por Fabio Grellet
Atualização:

RIO - Os dois ativistas acusados de terem acendido o rojão que atingiu e matou o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, durante um protesto realizado no centro do Rio em fevereiro passado, serão julgados pelo Tribunal do Júri.

A decisão foi anunciada nesta terça-feira, 19, pelo juiz Murilo Kieling, titular da 3ª Vara Criminal do Rio. Ele considerou que Caio Silva de Souza e Fábio Raposo Barbosa agiram com dolo (intenção de matar). Se considerasse que o homicídio foi culposo (não intencional), o julgamento caberia ao juiz, sem a participação do júri popular. A data do júri será marcada apenas depois do julgamento dos possíveis recursos impetrados pelas defesas.

Rojão atingiu e matou o cinegrafista da Band, Santiago Andrade Foto: Agência O Globo

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Os acusados vão responder pela suposta práticade homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, com uso de explosivo e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima). Na sentença de pronúncia, o juiz decidiu manter os réus presos. 

Fábio Barbosa está encarcerado desde 9 de fevereiro, quando foi preso no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio. Caio de Souza foi preso três dias depois, em Feira de Santana (BA),para onde tinha fugido depois que a Polícia Civil do Rio descobriu sua participação no crime. Segunda a denúncia apresentada pelo Ministério Público, durante um protesto promovido na frente da estação Central do Brasil (centro do Rio), em 6 de fevereiro, Barbosa e Souza colocaram um rojão de vara no chão, perto de um canteiro e em meio à multidão, e o acenderam. 

Ao explodir, o artefato atingiu o cinegrafista, que sofreu fratura do crânio, hemorragia intracraniana e laceração encefálica. Socorrido, Santiago Andrade morreu em 10 de fevereiro. O advogado Wallace Martins, que defende Fábio Raposo Barbosa, criticou a decisão e informou que vai estudar eventual recurso. O advogado de Caio Silva de Souza, Antônio Pedro Melchior, não foi localizado pela reportagem.

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