PUBLICIDADE

Agentes pedem permanência do programa Centro Presente no Rio

Prefeitura analisa a redução ou mesmo a extinção do programa que trouxe segurança para uma das áreas vulneráveis da cidade

Foto do author Roberta Jansen
Por Roberta Jansen
Atualização:

Agentes do programa Centro Presente fizeram nesta terça-feira, 19, no Rio um protesto pedindo a permanência do projeto. Em meio a uma profunda crise da segurança pública, que provocou, inclusive, uma intervenção federal, a Prefeitura analisa a redução ou mesmo a extinção do programa que trouxe segurança para uma das áreas vulneráveis da cidade, o Centro. O governo do Estado analisa a hipótese de assumir o projeto.

+ Metas da intervenção no Rio vão de militares da reserva na PM a mais eventos cívicos, mostra plano

Cerca de 300 pessoas participaram da manifestação, entre PMs, civis e assistentes sociais que trabalham no projeto Foto: FABIO MOTTA/ ESTADAO

PUBLICIDADE

Segundo os organizadores, cerca de 300 pessoas participaram da manifestação, entre PMs, civis e assistentes sociais que trabalham no projeto, além de comerciantes do centro. Eles se encontraram em frente à Prefeitura e caminharam até a Candelária. Nesta quarta-feira, está previsto um apitaço pelos comerciantes do Saara – a principal área de comércio popular do Rio.

O Centro Presente conta com 530 agentes, fazendo o patrulhamento das principais vias no Centro, inclusive nos fins de semana, quando a região fica deserta. O projeto custa R$ 4 milhões por mês, dos quais a Prefeitura arca com R$ 2 milhões. O contrato do Centro Presente termina no dia primeiro de julho e ainda não tem previsão de renovação. 

A proposta de Marcelo Crivella é substituir o projeto pelo Rio Mais Seguro, que já existe em Copacabana, cujo investimento mensal é de R$ 850 mil. O prefeito afirmou que, reduzindo os custos, poderia ampliar o alcance do programa.  Desde que o programa começou em 2016, foram feitas cerca de 3 mil prisões em flagrante e cumpridos 787 mandatos de prisão. De acordo com os lojistas do Saara, o número de roubos e furtos caiu em 90% por conta do programa.

+++ Após intervenção, número de tiroteios cresceu 36% no RJ

“Logo nos primeiros dois meses do programa, a queda foi grande”, afirmou Toni Haddad, do Pólo Saara. “A segurança melhorou muito, diminuiu o número de assaltos, roubo em ônibus, arrastões, tudo. Nosso temor é que o centro volte a ser a terra de ninguém que era antes do programa.”

Publicidade

+++ Mortes pela polícia voltam a crescer no 3º mês da intervenção; roubos caem

A Associação Comercial do Rio também se pronunciou sobre a possibilidade de mudanças no programa. “A Associação Comercial teme pela interrupção do programa Centro Presente, que tem garantido aos comerciantes locais a segurança necessária para suas atividades. Qualquer interrupção do programa, mesmo que seja para a sua substituição por uma outra solução institucional de menor custo, deverá considerar um planejamento de transição com o objetivo de não desamparar lojistas e cidadãos que merecem ter sua liberdade de ir, vir e fazer negócios assegurada”, afirmou a presidente da ACRJ, Angela Costa. “Adequar custos é sempre um bom caminho, desde que seja feito de forma responsável e com a perspectiva de manter o mesmo nível de atendimento às demandas da cidade.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.