Após ato contra Uber, taxistas se desculpam por engarrafamentos

Categoria recebeu garantia de que prefeitura do Rio continuará na Justiça para tentar impedir circulação de carros vinculados ao aplicativo

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Por Roberta Pennafort
Atualização:
Taxistas travaram ruas no Rio Foto: ALESSANDRO BUZAS/FUTURA PRESS

RIO - Em reunião na Secretaria Municipal de Transportes nesta quarta-feira, 6, taxistas da Região Metropolitana do Rio, que pararam a capital e seus acessos na sexta-feira passada em manifestação contra o Uber, pediram desculpas à população pelos engarrafamentos provocados e receberam a garantia de que a prefeitura continuará na Justiça para tentar impedir a circulação dos carros vinculados ao aplicativo de celular. Na terça, a 6ª Vara de Fazenda Pública tornou o Uber legal no Rio. A prefeitura anunciou que recorrerá da decisão.

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“A gente pede desculpas pelo transtorno na cidade, mas foi necessário. A classe está sofrida e precisava chamar a atenção. Foi muito bom saber que a prefeitura vai entrar com novo recurso na Justiça, e com a participação dos taxistas. A prefeitura está do nosso lado. É o mínimo que a gente espera”, disse o motorista autônomo Igor Santos, um dos líderes do protesto de sexta-feira. 

“O Uber primeiro começou a circular, para depois ser regulamentado, quando deveria ter sido contrário”, alegou André de Oliveira, presidente da Associação de Assistência ao Motorista de Táxi do Brasil. A categoria se comprometeu com o secretário de Transportes, Rafael Picciani, a não organizar novas manifestações que prejudiquem o fluxo do trânsito. Na sexta-feira, táxis bloquearam vias importantes, como as que são próximas aos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim. 

Pela decisão da 6ª Vara de Fazenda Pública, o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio (Detro/RJ) e a Secretaria Municipal de Transportes serão multados em R$ 50 mil diários por cada multa aplicada ou veículo apreendido caso as medidas tenham ocorrida em represália à atividade do Uber.

O secretário disse que serão usadas novas alegações na Justiça, como a necessidade de se regulamentar o Uber antes que os carros sejam liberados, uma atribuição municipal, conforme apregoa o Estatuto das Cidades. “Vamos continuar na Justiça. A prefeitura não faz julgamento de mérito sobre o serviço e entende o direito de livre escolha da população, mas é um novo sistema, sobre o qual é preciso ter alguma forma de controle. Então, ao nosso ver, o Uber continua ilegal.”

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