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Associar morte de Marielle à família Bolsonaro é 'repugnante', diz Eduardo

Deputado federal afirmou que assassinato da vereadora é como qualquer um dos outros 62 mil casos no Brasil

Por Mariana Haubert
Atualização:
Deputado Eduardo Bolsonaro Foto: Dida Sampaio/Estadão

BRASÍLIA - O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que o assassinato da vereadora Marielle Franco, em março do ano passado no Rio de Janeiro, é um caso como qualquer outro que acontece no Brasil e que está "muito acima da questão política". Ele também disse que a vereadora era desconhecida antes do caso e que as tentativas de associá-lo à sua família é "absurdo e repugnante".

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"Esse caso de assassinato é como os outros 62 mil casos que a gente tem no Brasil. É óbvio que a gente quer que ele seja elucidado e que quem cometeu vá preso. Não tem nada de diferente. Não tem essa de passar a mão na cabeça. Isso aí está muito acima de questão política, pelo amor de Deus", afirmou o parlamentar ao deixar o Congresso nesta terça-feira.

Dois dias antes de completar um ano do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes, a polícia prendeu nesta madrugada dois suspeitos pelo crime. Ronie Lessa, policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar, foram denunciados por homicídio qualificado e por tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, uma das assessoras de Marielle que também estava no carro.

Lessa mora no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem uma casa, na Barra da Tijuca, no Rio. Nas redes sociais, Queiroz é simpatizante do presidente Bolsonaro. Ele curte as páginas oficiais do PSL Carioca, de Flavio Bolsonaro e do próprio Eduardo.

Sobre uma possível proximidade dos envolvidos com a sua família, Eduardo afirmou não ter envolvimento com a milícia do Rio de Janeiro e disse que o pai tira "um milhão de fotos por ano com todo mundo". "Será que se eu tirar uma foto com um policial, eu vou ser responsável por tudo que ele fizer? Igual a questão da medalha. Flávio [Bolsonaro, senador] deu a medalha em 2004. O cara é suspeito de alguma coisa agora e querem associar com o Flávio", disse.

Eduardo acusou parte da imprensa profissional e alternativa de fazer um "trabalho sujo financiado pelos últimos governos que cai no descrédito ao tentar fazer esse tipo de relação". "É um desespero para tentar dizer que Bolsonaro tem culpa no cartório. Quem era Marielle? Estou falando com todo o respeito. Ninguém conhecia quem era Marielle Franco antes de ela ter sido assassinada. Depois, todo mundo começou a conhecer porque foi dada uma grande notoriedade. Agora, pelo amor de Deus, tentar fazer essa relação é mais do que absurda, é repugnante", disse.

O deputado também afirmou não saber sobre um suposto namoro entre uma filha de Ronie Lessa com um dos filhos de Bolsonaro. O delegado pelas investigações, Giniton Lages, confirmou que houve o relacionamento. "Olha, eu não vou falar nome de ex-namorada, mas eu procurei aqui e nenhuma delas é filha de PM, não. Se essa informação for verdade, não sou eu não. Tem que perguntar para meus irmãos. Sei lá, né, será que namorou mesmo? Meio estranho isso aí, mas tudo bem", disse.

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