Atual campeã do carnaval carioca, Portela conta história de judeus na Sapucaí

Como samba-enredo 'De repente de lá pra cá e dirrepente de cá pra lá…', escola de samba narrou percurso de grupo que, expulso de Portugal, viajou para o Recife e, depois, para a América do Norte

PUBLICIDADE

Por Fabio Grellet
Atualização:

RIO - Atual campeã do carnaval carioca (em título dividido com a Mocidade Independente) e maior vencedora dos desfiles de escolas de samba, com 22 títulos, a Portela foi a segunda escola a desfilar na segunda noite de exibições no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio, nesta segunda-feira, 13.

Atual campeã do carnaval do Rio de Janeiro, a Portela busca o bicampeonato. Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

PUBLICIDADE

+ Unidos da Tijuca faz tributo alegre a Miguel Falabella

A agremiação de Madureira, na zona norte do Rio, contou a história de um grupo de judeus que, expulso de Portugal, primeiro viajou para Recife, mas acabou expulso novamente pelos portugueses em 1654 e, então, fugiu para a América do Norte e ajudou a fundar a futura cidade de Nova York.

O enredo foi desenvolvido por Rosa Magalhães, a carnavalesca mais vencedora dentre os profissionais em atividade, com sete títulos. Ela assumiu a responsabilidade de substituir Paulo Barros, que após vencer na Portela em 2017 se transferiu para a Vila Isabel.

+ Forte calor não impede lotação de blocos no Rio

O desfile aliou luxo e didatismo à tradicional disposição da comunidade portelense - a escola tem uma das maiores torcidas no samba carioca e terminou o desfile aos gritos de "bicampeã". A história dos judeus começou a ser contada a partir do momento em que foram expulsos de Portugal e chegaram a Recife. Alas retrataram a paisagem nordestina, os animais e cultivos típicos da região - principalmente a cana-de-açúcar e bichos como caranguejos e bodes.

Em seguida, foi narrada a viagem do Brasil até a América do Norte, quando o grupo chegou a ser rendido por piratas. Ao final, o sucesso em Nova York, retratada no último carro alegórico - uma sequência de prédios suntuosos e um telão que reproduzia títulos de espetáculos de sucesso na Broadway eram parte da alegoria. O desfile credencia a Portela a brigar pelo título, embora não tenha empolgado tanto como a Mangueira fez na noite anterior.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.