Autoridades trocam acusações sobre causa de deslizamento

Secretário de Obras afirma que cano rompido da Cedae provocou deslizamento de mais de 7 mil t. de terra

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Por Pedro Dantas
Atualização:

A reabertura de uma das galerias do Túnel Rebouças foi ofuscada pelo acirramento do bate-boca entre as autoridades municipais e estaduais. O secretário municipal de Obras, Eider Dantas, apresentou fotos de um cano rompido da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) que ele diz ter provocado o deslizamento de mais de sete mil toneladas de terra. "Está mais que comprovado que a causa do desmoronamento foi este vazamento", disse Dantas.   Este é o terceiro cano que Dantas apresenta como causa do vazamento. O primeiro foi descartado como causa porque tinha meia polegada. O segundo Dantas admitiu nesta segunda-feira, 29, que era da Prefeitura. Ele acusou a Cedae de cortar o abastecimento de água para o Morro do Cerro-Corá, localizado acima do túnel. "Eles cortaram a água criminosamente para não descobrirmos onde era o vazamento", acusou o secretário. A favela está sem água desde sexta-feira. Moradores das ruas nobres do Cosme Velho também começam a sentir os efeitos do desabastecimento de água.   O presidente da Cedae, Wagner Victer, negou que o cano tenha causado o desmoronamento. "Foram os funcionários da Cedae que mostraram para a Prefeitura o cano cujo vazamento é menor que a ponta de uma caneta. Querer vincular isso ao deslizamento de mais de 7 mil toneladas é um abuso contra a inteligência da população e um desvio de conduta técnica", disse.   Segundo Victer, o vazamento fica a 100 metros do local do barranco. Ele disse que a água para o Cerro-Corá foi fechada por solicitação da Prefeitura e disse que a falta de água no asfalto ocorre porque o "restabelecimento (da água) arrasta o barro da linha ou dos canos das residências".   O secretário municipal de Transportes, Arolde de Oliveira, disse que o rodízio de veículos está "praticamente descartado", pois o "esforço da Prefeitura do Rio é pela liberação total do Rebouças até quarta-feira". Porém, segundo ele, as obras nas encostas devem demorar pelo menos seis meses. O secretário avaliou que o movimento hoje no Rebouças foi normal.

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