
08 de janeiro de 2016 | 03h00
RIO - A Avenida Rio Branco, a mais famosa do centro carioca, terá o trânsito interditado em um trecho de 600 metros a partir da sexta-feira da próxima semana em continuidade à obra de instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O fechamento ocorrerá da esquina com a Avenida Nilo Peçanha ao cruzamento com a Rua Santa Luzia. No trecho, a prefeitura do Rio planeja criar um novo passeio público, com acesso exclusivo a pedestres e ciclistas e veto definitivo a carros, ônibus, táxis e motocicletas.
Batizado de Boulevard da Rio Branco, o passeio ocupará um espaço de grande relevância cultural. Nele ficam o Theatro Municipal, a Biblioteca Nacional, o Palácio Pedro Ernesto (Câmara de Vereadores), o Museu Nacional de Belas Artes, a Cinelândia e o Centro Cultural da Justiça Federal.
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A Rio Branco, que completou 110 anos em novembro passado, também vai ganhar uma ciclofaixa e um canteiro central, com calçamento de paralelepípedos, trechos gramados e passagens de pedestres em granito. A previsão é que a malha de ciclovia alcance, no centro, cerca de 30 quilômetros de extensão.
Em março, as obras no local completarão dois anos. Desde o início da remodelação da avenida, a interdição de trechos importantes do centro tornou o trânsito ainda mais caótico, espremeu os pedestres em calçadas tomadas por tapumes, operários e material de construção e facilitou a ação dos assaltantes, habituais frequentadores da região.
Segundo a prefeitura, a partir da próxima semana, placas informativas e monitores orientarão os passageiros de ônibus cujos pontos serão desativados.
A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp) informou que o VLT começará a operar no primeiro semestre deste ano - sem detalhar o mês exato -, entre a Rodoviária Novo Rio e o Aeroporto Santos Dumont. A previsão é que o transporte já esteja operando antes da Olimpíada, que começará em 5 de agosto.
Preço. A tarifa da passagem só deverá ser definida próximo da inauguração e será integrada ao bilhete único de transportes. A administração municipal anunciou que a bilhetagem será feita “de forma eletrônica e voluntária”, como ocorre em países da Europa.
O VLT, que circulará em uma velocidade média de 15 km/h, será integrado com o sistema de ônibus. A meta é que o trânsito na área diminua em pelo menos 30% com o novo sistema, que tem custo estimado em R$ 1,157 bilhão.
O meio de transporte atenderá até 300 mil pessoas por dia. Pelo projeto original, os passageiros contarão com 32 paradas, distribuídas por 28 quilômetros de vias espalhadas pelo centro e pela zona portuária. Deverá haver a integração com a estação ferroviária Central do Brasil.
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