Beltrame critica manifesto contra 'política de extermínio'

Secretário de Segurança do Rio chama de 'míope e deslocado da realidade' relatório entregue à ONU

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Por Felipe Werneck
Atualização:

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, classificou, nesta quarta-feira, 7, como "míope e deslocada da realidade" o relatório que acusa a Polícia do Rio de adotar uma "política de extermínio", entregue ao relator da ONU sobre execuções arbitrárias, sumárias ou extra-judiciais, Philip Alston.    ONU recebe manifesto contra 'extermínio' no Rio nesta quarta   Na manhã desta quarta, ele visita o Rio para analisar denúncias de crimes praticados pela Polícia fluminense. Além do manifesto assinado por cerca de 100 pessoas - desembargadores, juízes e entidades como OAB e ABI -, Alston receberá outro relatório preparado por Organizações Não-Governamentais (ONGs) que também criticam ação da Polícia em favelas.   Beltrame disse também que receberá o relator e defendeu a ação da Polícia. "Nós estamos muito bem preparados para receber a ONU, ou qualquer instituição, seja nacional ou internacional. Temos certeza de nossos argumentos, e da justificativa de nossas ações, do que fazemos e do que vamos fazer. Estamos trabalhando com transparência e seriedade", disse.   Beltrame também comentou a comemoração de policiais militares, denunciados sob acusação de envolvimento com tráfico, e liberados na terça-feira pela Justiça. Na saída do batalhão prisional, os policiais comemoraram com fogos de artifício a decisão da Justiça. "Eles estão à disposição da corporação, mas ficam sem função e permanecerão sem função", declarou.   O comandante da PM, Coronel Ubiratã Ângelo, disse porém entender a comemoração. "Traficantes comemoram com fogos, o cidadão comemora o ano-novo com fogos, as torcidas organizadas também e eu já comemorei com fogos. Eles (os policiais) comemoraram o momento de liberdade. Não vejo problema algum. Não é uma decisão final e eu não vou dizer se eles deveriam fazer ou não isso. Mas desconsidero qualquer ilação ou provocação", disse.

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