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Bope volta a ocupar Complexo do Alemão, sem data para sair

Medida foi tomada pelo governo do Rio depois de sucessão de ataques de traficantes a militares das UPPs

Por Tiago Rogero
Atualização:
Um suspeito apontado pela polícia como o segundo homem na hierarquia do tráfico de drogas no Complexo do Alemão foi preso manhã desta terça-feira por policiais da 45ª DP Foto: Marcos de Paula/Estadão

RIO - O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio voltou a ocupar o complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio - e não tem data para sair. Os policiais da tropa de elite da PM tiveram de reforçar o conjunto de comunidades por causa dos contínuos ataques de traficantes a militares das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Apenas neste ano, cinco PMs morreram em confrontos na região do Alemão, o maior número de mortes em UPPs num ano desde o início do projeto, em 2007.

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O início da semana foi novamente tenso no Alemão. Na segunda e na terça-feira, 28 e 29, foram registrados tiroteios, que deixaram um PM ferido de raspão por um tiro na perna. Três suspeitos foram presos. Nesta quarta-feira, 30, o governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) esteve no Alemão e foi à sede da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), que fica em um dos acessos ao complexo. Ele conversou com os comandantes das UPPs e reforçou o recado: “A pacificação não tem volta”.

Além do Bope, as quatro Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do complexo, que contam com um efetivo de 1.230 policiais, estão com reforço adicional diário de outros 300 PMs, de diferentes UPPs. Segundo o comandante das UPPs, coronel Frederico Caldas, o reforço foi enviado para 3 das 15 comunidades que integram o complexo: Alemão, Nova Brasília e Fazendinha, onde têm se concentrado os casos de ataques a PMs. 

“Superamos uma fase muito complicada que tivemos há uns dois ou três meses, em que tínhamos problemas em oito ou nove UPPs”, disse Caldas. “Hoje, os problemas estão praticamente concentrados aqui. Mas lembro sempre que aqui era o coração da principal facção criminosa do Rio, daí essa resistência.”

Moradores reclamam do clima crescente de insegurança. Apesar da tensão, as escolas públicas do complexo funcionaram normalmente nesta quarta, assim como o teleférico do Alemão - serviços que, na semana passada, ficaram dias fechados por conta dos tiroteios.

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