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Bretas discute com interventor no Rio uso de verba de corrupção para equipar polícias

Foi discutido o uso de verbas recuperadas em investigações de corrupção, como os esquemas pelos quais já foi condenado em 1ª instância o ex-governador Sérgio Cabral Filho

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Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:

RIO - O juiz da 7ª Vara Federal do Rio, Marcelo Bretas, reuni-se na manhã desta quinta-feira, 8, com o general Walter Braga Netto, interventor federal na segurança do Estado. Durante 35 minutos, foi discutido o uso de verbas recuperadas em investigações de corrupção, como os esquemas pelos quais já foi condenado em 1ª instância o ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB), para aquisição de equipamentos para as polícias.

Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

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Sob escolta, o juiz Marcelo Bretas chegou ao prédio que abriga as varas criminais da Justiça Federal pouco antes das 11h. O general chegou pouco depois e usou outro acesso exclusivo para funcionários. O encontro ocorreu a portas fechadas.

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Não foi divulgado de quem partiu a iniciativa para o uso do dinheiro na área da segurança nem qual a monta que poderá ser oferecida. “O general teve a oportunidade de declarar todo o apoio do gabinete de intervenção federal às ações da operação Lava Jato. E também estabelecer o fluxo das solicitações de apoio que são realizadas à Justiça com relação a recursos, que já são feitas desde o ano passado”, disse o Coronel Roberto Itamar, porta-voz do Gabinete de Intervenção, após o término do encontro no fim da manhã.

O oficial disse acreditar que recursos poderão ser liberados em pouco tempo. “Esses recursos normalmente são destinados a equipamentos de tecnologia de investigação para a Polícia Civil e também para manutenção e aquisição de veículos para o apoio às polícias Civil e Militar”, acrescentou Itamar. Ele disse que toda verba que chega é “bem-vinda” e se junta ao “esforço que está sendo realizado para melhoria das condições da segurança pública”.

Se o acordo se confirmar, essa não será a primeira vez que dinheiro recuperado de corrupção será usado para atividades do Estado. No ano passado, Bretas já havia liberado milhões para pagamento de salários atrasados de servidores inativos, e também chegou a repassar verba para reforma de escolas.

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