Cabeleireira espera dez anos por tratamento

Maria do Socorro da Silva, de 40 anos, inicia nesta semana a ter ovulação estimulada; ela, porém, terá que viajar 440 quilômetros

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Por Clarissa Thomé
Atualização:
Maria do Socorro da Silva teve de esperar 5 anos para receber tratamento Foto: Fábio Motta/Estadão

RIO - A cabeleireira Maria do Socorro da Silva, de 40 anos, começa nesta semana a ter a ovulação estimulada. A inseminação artificial será feita em um hospital público, o Pérola Byington, em São Paulo. O problema é que Socorro mora a 440 quilômetros dali, em Niterói, no Grande Rio. O Estado não tem serviço público que faça a fertilização in vitro (FIV).

Ela precisou esperar dez anos entre o diagnóstico de trompas obstruídas e o procedimento da inseminação - cinco anos só na fila do hospital público. "É um custo alto. Você paga passagens, hospedagem. Também tem o custo emocional. Já fiz tanta coisa na vida para ter esse bebê. Meu marido agora está feliz da vida. Se não fosse por ele, não esperava esses anos todos."

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HIV.

Se antes a técnica beneficiava apenas mulheres com problemas nas trompas, hoje permite que casais sorodiscordantes tenham filhos. O professor paranaense Marcelo, de 35 anos, descobriu que era HIV positivo 40 dias antes do casamento. Ele tinha ainda baixa contagem de espermatozoides. "O HIV não está em todo o organismo, mas compartimentado. Então, fizemos um teste de detecção da carga viral no sêmen para separar os espermatozoides", diz o médico Emerson Cordts, coordenador clínico do Instituto Ideia Fértil, ligado à Faculdade de Medicina do ABC, e especialista em reprodução do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim. "Estamos com muita esperança", diz Marcelo.

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