Centro de tiro é construído perto de aeroporto no Rio

Obra na região central motivou um alerta aos pilotos pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea)

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Por Felipe Werneck
Atualização:

RIO - A Marinha constrói em terreno vizinho da pista do Aeroporto Santos Dumont um centro de treinamento de tiro esportivo da Escola Naval, na Ilha de Villegaignon. A obra no centro do Rio motivou um alerta aos pilotos pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). A construção teria atingido uma altura que as autoridades aéreas suspeitam ser incompatível com a segurança do tráfego aéreo na região.

A existência do “aviso aos aeronavegantes” (Notam, na sigla em inglês) foi revelada pelo Estado no sábado. Nesta segunda-feira, 30, a Escola Naval confirmou que existe uma “obra de modernização” na ilha e que a conclusão do centro de tiro está prevista para julho.

A construção teria atingido uma altura que as autoridades aéreas suspeitam ser incompatível com a segurança do tráfego aéreo na região do Aeroporto Santos Dumont Foto: Fábio Motta/Estadão

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Em nota, a instituição divulgou que reformas e construções realizadas a partir de 1938, quando a escola militar foi instalada na ilha, “mantiveram o gabarito original das instalações”. A Marinha acrescentou que a Escola Naval não é citada como obstáculo em portaria publicada pelo Ministério da Defesa em 2010, na qual foi aprovado o plano de zona de proteção do Santos Dumont. Antes da obra, havia um estande de tiro no local, que será ampliado. 

No começo deste mês, o Decea, da Aeronáutica, emitiu o Notam. De acordo com o documento, há quatro pontos no alto de dois prédios da escola militar e cinco árvores que estão acima da altura segura.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em nota, informou que “cabe ao Decea a elaboração e a gestão dos planos de proteção de aeródromos, bem como a administração do sítio aeroportuário”. A Aeronáutica afirmou que o Notam tem validade até 29 de maio e vai “acompanhar a evolução” do caso. 

Está prevista para esta semana reunião com representantes da Escola Naval, do Decea e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O superintendente da Infraero no Santos Dumont, Aparecido Iberê de Oliveira, não quis se pronunciar.

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