Com bons desfiles, segunda noite de Sapucaí deixa disputa pelo título imprevisível
Três das quatro primeiras escolas a desfilar se credenciaram para o título: Vila Isabel, Salgueiro e Unidos da Tijuca
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Por Caio Sartori e Fabio Grellet
Atualização:
RIO - Ao contrário do que se esperava, a segunda noite de desfiles das escolas de samba do Rio teve nível técnico melhor do que a primeira. Três das quatro primeiras escolas a desfilar se credenciaram para o título: Vila Isabel, Salgueiro e Unidos da Tijuca. Na disputa pelo campeonato, elas se somam a Viradouro e Portela, que se destacaram na primeira noite. A apuração acontece na tarde da próxima quarta-feira, 26.
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Entre as demais escolas da segunda noite, a São Clemente fez o desfile divertido que se esperava dela, mas com a única pretensão – aparentemente alcançada – de se manter na elite, e a Mocidade - escola que, pelo enredo, gerou mais expectativa nessa segunda noite – homenageou a cantora Elza Soares e emocionou, mas teve problemas pontuais - de evolução, por exemplo. A Beija-Flor começou muito bem seu desfile, mas depois os integrantes precisaram correr para terminar o desfile no prazo permitido de 70 minutos.
O sorteio que definiu a ordem das escolas concentrou no domingo as escolas consideradas mais competitivas atualmente. Três das quatro primeiras colocadas de 2019 se apresentaram nesse dia: a campeã Mangueira, a vice Unidos do Viradouro e a quarta colocada, Portela. As três fizeram ótimos desfiles, mas Viradouro e Portela se destacaram mais. As demais escolas da primeira noite sofreram com problemas técnicos, falta de dinheiro ou ambos.
A escola mais bem colocada de 2019 a desfilar na segunda noite foi a Vila Isabel, terceira melhor naquele concurso. Em um ano repleto de enredos não patrocinados e cheios de críticas sociais, a Vila Isabel despontou como candidata ao título em 2020 justamente com um tema que se pretendia patrocinado e com o qual até a semana passada a direção da escola reclamava que tivera prejuízo.
Confira as imagens que marcaram o desfile das escolas de samba no carnaval 2020 no Rio de Janeiro
1 / 91Confira as imagens que marcaram o desfile das escolas de samba no carnaval 2020 no Rio de Janeiro
Rio tem primeiro dia de desfiles neste domingo
A escola de samba Estácio de Sá éa primeira a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaí, na noite deste domingo, 23, no centro do Rio. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Rio tem primeiro dia de desfiles neste domingo
Arainha de bateria da escola de samba Estácio de Sá, Jack Maia. Foto: FOTO: WILTON JUNIOR / ESTADÃO
A rainha de bateria Jack Maia
A escola de samba Estácio de Sá voltou à elite do carnaval do Rio na noite deste sábado, 23. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Estácio dá largada ao desfile do Grupo Especial, na Sapucaí
A vermelho e branco foi campeã no ano passado no grupo da Série A e ganhou o direito de voltar ao Grupo Especial. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Estácio de Sá é a primeira a entrar na Marquês de Sapucaí
A Estácio de Sá decidiu contar o papel das pedras na história da humanidade durante o desfile naMarquês de Sapucaí. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Primeira noite de desfiles no Rio de Janeiro
Para entrar no clima da 'Idade da Pedra', integrantes da Estácio de Sá se tornaram homens primitivos, surpreendidos com a evolução da humanidade. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Vermelho e branco abre noite de desfiles
Carros alegóricos da Estácio de Sá mostrando a mistura entre o primitivo e a tecnologia. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Estácio dá largada ao desfile do Grupo Especial, na Sapucaí
A escola de samba Estácio de Sá foi campeã da elite do carnaval do Rio em 1992 e chegou a cair para a terceira divisão em 2004. Na noite deste sábado,... Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃOMais
Primeira noite de desfiles no Rio
Escola de Samba Estácio de Sá desfila pela Sapucaí Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Unidos do Viradouro é a segunda escola a desfilar nesta noite
A escola de samba Viradouro é a segunda a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaí, na noite deste domingo, 23, no centro do Rio. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Unidos do Viradouro pretende mostrar no carnaval pretende mostrar a história das Ganhadeiras.
A Unidos do Viradouro contoua história de mulheres que lutaram para construir o Brasil. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Viradouro desfila com o enredo: "Viradouro de alma lavada"
As "lavadeiras" da Unidos de Viradouro, na primeira noite do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Unidos do Viradouro
A escola de samba de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, mostrou a história das Ganhadeiras. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
PRIMEIRA NOITE DE DESFILES NO RIO
A Viradouro decidiu levar uma "sereia" para a Sapucaí na noite deste sábado, 23. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Desfile da Escola de Samba Unidos da Viradouro
A Unidos do Viradouro juntou a história do Rio com a da Bahia durante a apresentação no carnaval deste ano. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Desfile da Escola de Samba Unidos da Viradouro
A escola de samba de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, trouxe a história das Ganhadeiras de Itaupã, que lavavam roupa na Lagoa do Abaeté, Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Unidos da Viradouro traz enredo: "Viradouro de alma lavada"
No samba-enredo da Viradouro, influências de afoxé e ritmo baiano foram os destaques na melodia da escola. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Desfile da Escola de Samba Unidos da Viradouro
As mulheres da Unidos da Viradouro foram retratadas como as primeiras feministas da história durante o desfile na Sapucaí. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
A escola de samba Mangueira é a terceira a desfilar na Sapucaí
A Mangueira foia terceira escola de samba a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaí, na noite deste domingo, 23, no centro do Rio. Na foto, a rai... Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃOMais
Mangueira desfila na Sapucaí
A escola de samba Mangueira leva para a avenida um enredo que conta a história do Jesus com 'rosto negro, sangue índio e corpo de mulher' Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Escola de samba Mangueira desfila na Marquês de Sapucaí
A letra do samba, composta pelo mesmo grupo que homenageou no último carnaval Marielle Franco, vereadora assassinada em 2018 no Rio, pinta um Jesus co... Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃOMais
Mangueira desfila traz enredo que conta a história do Jesus
Mangueira retratou Jesus sendo abordado por tropas policiais. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Escola de samba Mangueira, atual campeã do Carnaval Carioca, desfila na Sapucaí
O Jesus da Mangueira surge no centro das comunidades cariocas durante o desfile na Sapucaí. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Escola de samba Mangueira, atual campeã do Carnaval Carioca, d
A Mangueira apostou na crítica social e na exaltação da tolerância religiosa entre os povos. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Mangueira é a terceira escola de samba a desfilar neste domingo
A escola de samba Mangueira traz um enredo que conta a história do Jesus com 'rosto negro, sangue índio e corpo de mulher' Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
A escola de samba Mangueira traz um enredo que conta a história do Jesus com 'rosto negro, sangue índio e corpo de mulher'
A Mangueira é a terceira escola de samba a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaí, na noite deste domingo, 23, no centro do Rio. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
A escola de samba Mangueira é a terceira a desfilar nesta noite, no Rio de Janeiro
A Mangueira traz um enredo que conta a história do Jesus que não está no retrato. Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
A escola de samba Mangueira é a terceira a desfilar nesta noite, no Rio de Janeiro
Ao lado do "Jesus da Mangueira", pessoas carregam cruzes com os dizeres "bandido morto". Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO
Estação Primeira de Mangueira
A Mangueira levou para a passarela do samba do Rio de Janeiro uma leitura de Jesus que faz parte de minorias sociais Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Paraíso do Tuiuti
Escola contou lendas que rondam o desaparecimento do rei Dom Sebastião Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Paraíso do Tuiuti
Inspirada no poema “O Rei que Mora no Mar”, de Ferreira Gullar, aParaíso do Tuiutipromoveu um encontro imaginário entre Dom Sebastião - coroado rei de... Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃOMais
Paraíso do Tuiuti
Escola foi a quarta a passar pela Sapucaí neste primeiro dia de desfiles Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Grande Rio
Escola levou para a Sapucaí a história de Joãozinho da Gomeia, líder religioso do candomblé na comunidade de Caxias, onde a Grande Rio surgiu Foto: WILTON JÚNIOR/ESTADÃO
Grande Rio
A atriz Paola Oliveira se fantasiou de Cleópatra para ser a rainha da bateria da escola. Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Grande Rio
"Eu respeito seu amém, você respeita meu axé", diz o samba Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Grande Rio
Elementos do Candomblé estavam presentes do início ao fim do desfile da escola Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Acadêmicos do Grande Rio
Escola mostrou as diversas personalidades que fizeram consultas Joãozinho da Goméia Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO
Acadêmicos do Grande Rio
Escola fez questão de pregar a tolerância religiosa e levou líderes de diversas religiões para o desfile Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO
União da Ilha
Escola levou para a Sapucaí a ideia de que a educação é a saída para as mazelas da vida Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO
União da Ilha
As alegorias contaram com elementos da violência que muitas comunidades sofrem no Rio de Janeiro. Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO
União da Ilha
Também não faltaram críticas a políticos e poderosos. Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO
União da Ilha
Desfile contou com exaltação à educação Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO
União da Ilha
Carro da União da Ilha com crítica a políticos apostou na riqueza em comparação aos que retrataram as favelas Foto: WILTON JÚNIOR/ ESTADÃO
União da Ilha
A União da Ilha defendeu a educação como solução para as mazelas do povo mais pobre Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Portela
Escola mostrou o Rio de Janeiro antes da ocupação portuguesa Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Portela
Quando os índios tupinambás eram os moradores da região Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Portela
O presidente de honra da escola, seu Monarco, estava no primeiro carro Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Portela
A escola desfilou a cultura dos povos tupinambás, mostrando, inclusive, que eram índios canibais Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Portela
A águia da Portela foi no carro abre-alas e "bateu as asas" com um mecanismo tecnológico Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Portela
A escola apostou nas cores, aproveitando a luminosidade do nascer do dia, já que foi a última a passar na passarela Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
A São Clemente abre o segundo dia de desfiles
A São Clemente é a primeira escola de samba a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaì, na noite desta segunda-feira, 24, no centro do Rio. Na fot... Foto: Wilton Junior/ EstadãoMais
A escola de samba São Clemente é a primeira escola a desfilar na Sapucaí, nesta noite
A São Clemente fez um desfile com críticas irreverentes sobre "golpes e trambiques" do Brasil. Foto: Wilton Junior/ Estadão
A escola de samba São Clemente é a primeira escola a desfilar na Sapucaí, nesta noite
Raphaela Gomes foia rainha de bateria da São Clemente. Foto: Wilton Junior/ Estadão
A escola de samba São Clemente é a primeira escola a desfilar na Sapucaí, nesta noite
O ator Mateus Solano foi um dos integrantes da escola de sambaSão Clemente,a primeira a desfilar na Sapucaì nesta segunda, 24. Foto: Wilton Junior/ Estadão
A escola de samba São Clemente é a primeira escola a desfilar na Sapucaí, nesta noite
O ator Marcos Verasemum dos carros alegóricos da São Clemente. Foto: Wilton Junior/ Estadão
A escola de samba São Clemente é a primeira escola a desfilar na Sapucaí, nesta noite
O enredo "O conto do vigário", do carnavalesco Jorge Silveira, se baseou na expressão popular, surgida no século 18 em Minas Gerais, e mostrou outras ... Foto: Wilton Junior/ EstadãoMais
A escola de samba São Clemente é a primeira escola a desfilar na Sapucaí, nesta noite
A São Clemente fez referência ao golpe do "bilhete premiado" durante o desfile no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Junior/ Estadão
A escola de samba São Clemente é a primeira escola a desfilar na Sapucaí, nesta noite
A São Clemente enfrentou chuva no sambódromo da Marquês de Sapucaì, na noite desta segunda-feira, 24, no centro do Rio. Foto: Wilton Junior/ Estadão
A escola de samba São Clemente é a primeira escola a desfilar na Sapucaí, nesta noite
A São Clemente busca seu primeiro título no Grupo Especial. Foto: Wilton Junior/ Estadão
A escola de samba São Clemente é a primeira escola a desfilar na Sapucaí, nesta noite
A São Clemente foia primeira escola de samba a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaì, na noite desta segunda-feira, 24, no centro do Rio. Foto: Wilton Junior/ Estadão
A escola de samba São Clemente é a primeira escola a desfilar na Sapucaí, nesta noite
Um burro gigante compôs um dos carros alegóricos daSão Clemente, que desfilou a "vigarice" no carnaval do Rio. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Vila Isabel é segunda escola a desfilar, nesta noite
A Vila Isabel foi a segunda escola de samba a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaí, na noite desta segunda-feira, 24, no centro do Rio. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Vila Isabel é segunda escola a desfilar, nesta noite
A Unidos de Vila Isabel celebrou os 60 anos de Brasília. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Vila Isabel é segunda escola a desfilar, nesta noite
A Vila Isabel trouxe o enredo"Gigante pela própria natureza: Jaçanã e um índio chamado Brasil". Foto: Wilton Junior/ Estadão
Vila Isabel é segunda escola a desfilar, nesta noite
A Vila Isabel foia segunda escola de samba a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaí. Na foto, Mart'nália. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Unidos de Vila Isabel
A Vila Isabel foi a segunda escola de samba a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaí, na noite desta segunda-feira, 24, no centro do Rio Foto: Wilton Junior/ Estadão
Vila Isabel é segunda escola a desfilar, nesta noite
A rainha de bateria daVila Isabel, Aline Riscado. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Vila Isabel é segunda escola a desfilar, nesta noite
A Vila Isabel é a segunda escola de samba a desfilar no sambódromo da Marquês de Sapucaí, na noite desta segunda-feira, 24, no centro do RioNa foto, a... Foto: Wilton Junior/ EstadãoMais
Salgueiro é a terceira escola de samba a desfilar na Sapucaí
Salgueiro desfila no sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio, no dia 24 de fevereiro de 2020; desfiles das escolas de sambaestão mantidos Foto: Wilton Junior/ Estadão
Salgueiro desfila na Sapucaí
Enredo da Salgueiro aproveitou a vida de Benjamin de Oliveira para falar sobre circo e arte no país. Foto: Wilton Junior/ Estadão
O Salgueiro tem um enredo que homenageia o primeiro palhaço negro do país, Benjamim Chaves
Salgueiro transformou aSapucaí em picadeiro em desfile sobre primeiro palhaço negro do Brasil. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Salgueiro é a terceira escola de samba a desfilar na Sapucaí
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidcley e Marcela. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Acadêmicos do Salgueiro
Escola defendeu o samba-enredo "O rei negro do picadeiro", levando mais uma vez para a avenida a cultura afro-brasileira. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Acadêmicos do Salgueiro
Salgueiro levou a magia do circo para a Sapucaí para contar a história do primeiro palhaço negro no Brasil,Benjamin de Oliveira. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Acadêmicos do Salgueiro
O colorido e a alegria reinaram no desfile da terceira escola a passar pela Sapucaí. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Unidos da Tijuca
Escola passeou pela história da arquitetura mundial e o Rio de Janeiro Foto: Wilton Junior/ Estadão
Unidos da Tijuca
A tecnologia teve espaçio no desfile da escola de samba Foto: Wilton Junior/ Estadão
Unidos da Tijuca
A matemática teve grande presença no desfile Foto: Wilton Junior/ Estadão
Unidos da Tijuca
Unidos da Tijuca desfilou o samba-enredo "Onde moram os sonhos" Foto: Wilton Junior/ Estadão
Mocidade Independente de Padre Miguel
Mocidade Independente de Padre Miguel homenageou Elza Soares em seu desfile na Sapucaí Foto: Wilton Junior/ Estadão
Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade usou recursos tecnológicos na comissão de frente Foto: Wilton Junior/ Estadão
Mocidade Independente de Padre Miguel
Giovanna Angélica é rainha de bateria da Mocidade com fantasia de estrela. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Mocidade Independente de Padre Miguel
A escola mostrou desde a infância pobre à consagração da cantora e compositora Elza Soares. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Mocidade Independente de Padre Miguel
Escola defendeu o samba-enredo "Elza deusa Solares", que teve aparticipação de Sandra de Sá na composição. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Mocidade Independente de Padre Miguel
A religiosidade da artista também teve espaço e sua fé que ela mesma diz ser única Foto: Wilton Junior/ Estadão
Mocidade Independente de Padre Miguel
Primeiro casal da Mocidade desfila fantasiado de louva-a-deus. Foto: Wilton Junior/ Estadão
Beija-Flor de Nilópolis
A Beija-Flor contou a história das ruas que a humanidade criou e atravessou ao longo de sua história. Foto: Wilton Junior/Estadão
Beija-Flor de Nilópolis
Desfile da Beija-Flor trouxe futurismo apocalíptico na sua comissão de frente e um Exu apaziguando uma briga de gangues Foto: Wilton Junior/Estadão
Beija-Flor de Nilópolis
A história do homem e seus caminhos foram contadas pela escola Foto: Wilton Junior/Estadão
Beija-Flor de Nilópolis
O primeiro carro trouxe o símbolo da escola em branco, representando as primeiras migrações humanas entre Europa e América do Norte Foto: Wilton Junior/Estadão
Beija-Flor de Nilópolis
Escola defendeu o samba-enredo "Se essa rua fosse minha" Foto: Wilton Junior/Estadão
Em maio de 2019, a escola da zona norte do Rio firmou um termo de cooperação com o governo de Brasília: faria em 2020 um enredo em homenagem aos 60 anos de fundação de Brasília e ofereceria cursos de capacitação para as escolas de samba da capital federal, que não tem desfiles oficiais há seis anos. Em troca, o governo de Brasília ajudaria a escola a captar verbas para o desfile por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Essa lei permite que empresas e pessoas físicas destinem para projetos culturais o dinheiro que usariam para pagar impostos. O projeto apresentado pela Vila Isabel previa captação de R$ 4,99 milhões. Ao menos até o dia 17 de fevereiro, porém, nenhum tostão havia sido arrecadado por meio dessa lei. O enredo acabou deixando Brasília em segundo plano: a partir de um conto indígena, a escola apresentou a formação dos povos das regiões brasileiras e, ao final, a fundação de Brasília. A capital federal já havia sido enredo em 2010, quando completou 50 anos, e naquela ocasião rendeu o terceiro lugar à Beija-Flor.
Antes de tudo, a Vila Isabel inovou ao criar o posto de rainha da escola – normalmente, as mulheres famosas que desfilam à frente dos ritmistas recebem o título de rainha da bateria, e não da escola inteira. A apresentadora Sabrina Sato, que foi rainha da bateria da Vila Isabel durante nove anos, de 2011 a 2019, neste ano foi substituída pela dançarina e modelo Aline Riscado, mas desfilou à frente da escola, acompanhada por Martinho da Vila, presidente de honra da Vila Isabel. A dupla causou frisson na plateia e ofuscou a comissão de frente, que vinha logo em seguida.
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Com carros alegóricos e fantasias luxuosas e com excelente acabamento, a escola também contou com um samba animado, cujo refrão fazia uma ode a si mesma: “Sou da Vila, não tem jeito / Fazer samba é meu papel / Fiz do chão do Boulevard meu céu”, diz a letra. A escola terminou o desfile aos gritos de “é campeã”. "Neste ano todo mundo resolveu caprichar em tudo. Então a Vila veio no capricho e na alegria, e contagiou. Sábado eu estou aí”, garantiu Martinho da Vila, referindo-se ao desfile das campeãs, que ocorre no próximo sábado e reúne as seis escolas mais bem colocadas do ano.
Antes dela desfilou a São Clemente, que levou para a avenida o enredo “O Conto do Vigário”, sobre as enganações a que o povo brasileiro foi submetido ao longo da história e às tentativas de se dar bem enganando os outros. O enredo foi exatamente igual ao apresentado pela Acadêmicos de Vigário Geral, que integra a segunda divisão e desfilou na última sexta-feira (21). Naquele desfile, o destaque foi um carro alegórico que representava o presidente Jair Bolsonaro como o palhaço Bozo fazendo com a mão o símbolo de uma arma.
Desta vez, Bolsonaro não foi representado em escultura, mas pelo humorista Marcelo Adnet, que é um dos autores do samba-enredo da São Clemente, cheio de menções a fake news e a laranjas. O humorista desfilou no quarto carro alegórico e atravessou a Sapucaí fazendo imitações de Bolsonaro. Além de jogar laranjas para a plateia, fez uma série de gestos tradicionais do presidente, como a ‘arma’ com as mãos, a continência militar e até desajeitadas flexões de braço. “O brasileiro é muito bom de fazer piada com a sua própria desgraça”, disse Adnet ao final do desfile. “O conto do vigário é isso: uma coisa que começa engraçada, uma malandragem inocente, que depois é institucionalizado e vira uma coisa mais séria”, refletiu.
Logo após a Vila desfilou o Salgueiro, frequente candidato ao título, desta vez apresentando a história de Benjamim de Oliveira (1870-1954), o primeiro palhaço negro do Brasil. Assim como a Vila, o Salgueiro apresentou alegorias e fantasias luxuosas, e uma crítica social mais ácida: o palhaço representado no último carro alegórico movimentava o braço para esconder o rosto negro com uma máscara branca. Entre as diversas celebridades que desfilaram na escola da zona norte, a bateria e seu redor reuniam duas das mais cultuadas: a rainha (da bateria) Viviane Araújo e o cantor Xande de Pilares, que não cantou, mas acompanhou os intérpretes Émerson Dias e Quinho.
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Quarta escola a se apresentar, a Unidos da Tijuca discorreu sobre arquitetura, tendo como mote a cidade do Rio de Janeiro, que em 2019 recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) o título de primeira capital mundial da arquitetura e neste ano vai sediar o Congresso Mundial de Arquitetos. O desfile marcou o retorno do carnavalesco Paulo Barros à escola onde ele se tornou famoso - foi campeão em 2010, 2012 e 2014, e desde 2015 trabalhou em outras agremiações. Não faltaram alas coreografadas nem carros alegóricos teatralizados, onde a ação é produzida por um grande conjunto de pessoas. Essas são duas das principais características de Barros.
Enquanto o samba, que tem entre os compositores Dudu Nobre e Jorge Aragão, focou na arquitetura do cotidiano do Morro do Borel, favela berço da escola, o desfile exibiu alas e carros monumentais, que discorriam sobre a história da arquitetura, incluindo as pirâmides do Egito e o coliseu romano. O Cristo Redentor foi retratado duas vezes – na primeira, em construção, ele girava.
A Mocidade prestou homenagem à cantora Elza Soares. Criada na Vila Vintém, favela da zona oeste do Rio que é o berço da escola de samba, a artista de 89 anos desfilou em um trono, no último carro alegórico, e foi aclamada pelo público.
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Com um dos sambas mais aclamados do ano, fácilde cantar e carregado de drama – como a vida de Elza – na interpretação de Wander Pires, a escola levantou a plateia pela força do enredo. Emocionada, a cantora Sandra de Sá, uma das autoras da música, era das mais empolgadas. Mas o desfile não foi tão bom quanto a trilha sonora.
A Beija-Flor encerrou a segunda noite de desfiles no Rio de Janeiro discorrendo sobre os trajetos percorridos pela humanidade – para conquistar territórios ou encontrar a terra prometida, por exemplo – e as ruas famosas do mundo, como AbbeyRoad, em Londres, e El Caminito, em Buenos Aires. Mas a escola precisou correr e deve perder pontos em quesitos como evolução.