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Com tom crítico, blocos do Rio esquentam clima para o carnaval

Neste fim de semana, foram feitos mais de dez ensaios na capital fluminense

Por Roberta Pennafort
Atualização:
Ensaio do Bloco Tambores de Olokunno Aterro do Flamengo Foto: Fábio Motta/Estadão

RIO - A quatro semanas do carnaval, os blocos de rua do Rio ainda têm público modesto. Neste fim de semana, foram realizados mais de dez ensaios, do tradicional Escravos da Mauá, na zona portuária do Rio, que sai há 25 anos e promoveu seu réveillon tardio, e o infantil Gigantes da Lira, desde 1999 enchendo Laranjeiras de pais e filhos, ambos no sábado, ao grupo Tambores de Olokun, criado em 2012 e que levou seus instrumentos de percussão ao Aterro do Flamengo neste domingo, 14.

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Na Praça das Figueiras, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul, o Toca Rauuul reuniu seus seguidores no sábado, apesar do mau tempo. O grupo, que surgiu em 2001, toca o repertório de Raul Seixas ao som de frevo, samba, marchinha e maracatu. Os integrantes deram tom crítico a seu show, que tem clássicos e lados B do compositor baiano. A apresentação foi pontuada por um protesto bem humorado contra a prefeitura do Rio, que vem sendo acusada pelos blocos e também pelas escolas de samba de menosprezar o carnaval, por conta da redução de verbas e incentivos e outras medidas.

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“Quer o prefeito queira, quer não, o carnaval chegou!”, anunciou um dos cantores do grupo. Os frequentadores endossaram: “Tomara que o carnaval deste ano seja marcado por uma resposta das pessoas à prefeitura, que seja ainda melhor. O Rio de Janeiro não quer ser Salvador”, defendeu a jornalista Cecilia Gamboa, de 38 anos, referindo-se à criação do Blocódromo, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca (zona oeste), destinado a blocos grandes. “Vai ser o carnaval da resistência. Claro que o carnaval deve ser organizado, mas a gente vai estar onde quiser”, disse a arquiteta Maria Claudia Lima, de 43 anos.

No Escravos da Mauá, foram recolhidos pedidos de foliões para serem encaminhados em um barquinho para Iemanjá. O mais comum foi: “democracia”.

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