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Com voos lotados, turistas têm dificuldade para deixar Brasil

Companhias aéreas aumentaram a oferta de assentos, mas bilhetes já estão reservados por passageiros mais precavidos

Por Thaise Constancio
Atualização:

RIO - O torcedor estrangeiro que deixou para comprar as passagens de volta para casa em cima da hora poderá ter dificuldades para deixar o Brasil. Isso porque as companhias aéreas até aumentaram a oferta de assentos nos voos internacionais, mas as vagas já estão pagas ou reservadas por passageiros mais precavidos.

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Em geral, quem optou por ficar no País por mais tempo, achando que haveria passagens de sobra, é incluído na fila de espera da companhia aérea, à espera de desistências.

Era o caso do colombiano Carlos Julio Mora, de 52 anos, que, na última semana, tentava voltar para a terra natal depois de 15 dias no Brasil. Ele disse que gastou R$ 3 mil em transporte aéreo no País para acompanhar a seleção (além de cerca de US$ 1 mil com a passagem aérea para o Brasil), mas optou por não comprar a passagem de volta por não saber quando seria. "E agora não consigo voltar para a Colômbia", afirmou completando que estava na lista de espera da Avianca.

Para atender à demanda, American Airlines, Avianca e TAM aumentaram a capacidade de transporte nos voos internacionais. A Gol apenas "identificou" ampliação da demanda de passagens na Argentina, Uruguai e Paraguai para o Brasil. No entanto, a empresa não confirmou se disponibilizou mais lugares.

Na American Airlines, os voos de volta para os Estados Unidos estão lotados até 15 de julho, dois dias após a final do Mundial. No entanto, a procura por passagens para o Brasil também aumentou. "Em grandes eventos como a Copa, há várias mudanças (nas operações aéreas) ao longo dos dias, influenciadas pela eliminação das seleções. Identificamos pessoas que estão chegando agora porque compraram ingressos para as fases finais", explicou o diretor de Vendas da American Airlines para o Brasil, Dilson Verçosa Junior.

Aqui, a companhia opera em nove das 12 cidades-sede, com 131 frequências semanais para os Estados Unidos. Durante a Copa há voos diários chegando ao Rio e no Recife. Pela análise da empresa, as chegadas em São Paulo, Belo Horizonte e no Rio, que ainda receberão jogos das semifinais e final (além de Brasília), estão esgotadas. "Ainda teremos voos lotados por um bom tempo para que as pessoas voltem para os Estados Unidos". 

A Avianca trocou as aeronaves e ampliou em 110%, de 120 para 252 passageiros, a capacidade de transporte por voos durante o Mundial. Todos os voos internacionais que partem do Brasil estão lotados. "Para a Copa, solicitamos 36 voos vindos de diversos países da América Latina e do Caribe para o Brasil para atender a demanda de passageiros", completou o diretor da Área Internacional da Avianca no Brasil, Ian Gillespie. Pelos cálculos da companhia, entre 1º de junho e 31 de julho, serão disponibilizados 130 mil assentos em voos para as cidades-sede.

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A TAM não comentou o porcentual de ocupação dos voos. A companhia informou apenas que solicitou 350 novos voos internacionais e 750 nacionais para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) até o fim de julho. A Gol ressaltou que "aconselha que seus passageiros tentem comprar as passagens com antecedência".

Anac. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou uma malha especial que vigora desde 6 de junho até 20 de julho para atender a demanda da Copa do Mundo. Neste período, serão aproximadamente 136 mil voos e 18 milhões de assentos, volume 3,8% maior que a malha aérea habitual.

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