Cúpula de segurança do Rio avalia que operação na Rocinha foi 'bem-sucedida'

Forças Armadas serão substituídas por 500 policiais militares; traficante Rogério 157 continua foragido

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Por Roberta Jansen
Atualização:
Vista aérea da Favela da Rocinha nesta sexta-feira Foto: Fábio Motta/Estadão

RIO - Apesar de o traficante Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, chefe do tráfico na Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, não ter sido capturado e de ter havido registros de casos de violência na madrugada desta sexta-feira, 29, na comunidade, a avaliação da cúpula da segurança do Rio é de que a operação foi bem-sucedida. Em coletiva nesta sexta-feira, no Centro Integrado de Comando e Controle, o brigadeiro Ricardo José Campos, chefe do Estado-maior conjunto da ação, disse que a saída das tropas da favela depois de uma semana de operação foi decidida diante da constatação de que "a situação estava estabilizada". 

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O secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, afirmou que os 1 mil homens das Forças Armadas serão substituídos por 500 policiais militares, que farão operações de cerco em 15 pontos e de contenção em outros 14. Segundo o delegado Antonio Ricardo Nunes, da 11ª Delegacia de Polícia (Rocinha), 81 criminosos foram identificados e 54 mandados de prisões expedidos. Além disso, afirmou, 11 pessoas foram presas na Rocinha e outras seis fora da comunidade.

"Nos pontos de contenção faremos abordagens e haverá ainda patrulhamento para identificar pessoas que ainda estejam dentro da comunidade", afirmou o coronel da PM Henrique Pires, do Estado-Maior operacional.

Moradores da Rocinha contaram que muitos traficantes permanecem na comunidade, escondidos em becos e vielas e circulando apenas à noite. Rogério 157, também continuaria na comunidade, apesar da operação.

"Vamos checar também todas as denúncias que chegarem até nós. Estamos a serviço da população", garantiu o secretário.

Segundo o delegado Antonio Ricardo Nunes, a violência registrada nesta madrugada, após a saída das tropas, seria um "desdobramento" das ações feitas na última semana. O homem esfaqueado seria um traficante, que teria sido ferido em vingança contra a tortura de dois jovens nesta quinta-feira, 28.

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A entrevista tinha por objetivo fazer o balanço dos dois meses de operações conjuntas das forças de segurança dos governos federal e estadual. De acordo com o balanço apresentado, nos últimos 60 dias, sete homens foram mortos; 117, presos; e seis menores, apreendidos.

Foram apreendidos 26 fuzis, 19 pistolas, uma espingarda calibre 12, dois revólveres, e 122 carregadores de fuzis, 13 carregadores de pistola, 3.622 munições, 19 granadas, dez bombas de fabricação caseira e sete armas falsas. Também foram apreendidos 2,2 toneladas de maconha, 14 quilos de cocaína, 1,5 kg de haxixe, 1.497 sacolés de drogas e 939 trouxinhas de drogas.

Visita

Em visita à Rocinha no fim da tarde desta sexta-feira, Sá afirmou que a polícia fará “seu máximo” para proteger a população local, mesmo diante da possibilidade de novos conflitos armados entre traficantes rivais.

“Os moradores merecem todo o nosso empenho, a nossa dedicação. A população tem que ter a certeza de que nós estamos aqui para protegê-los, de que a polícia fará de tudo, o seu máximo”, disse Sá, diante da saída das Forças Armadas da favela, realizada de manhã.

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