
19 Março 2018 | 18h22
Atualizado 19 Março 2018 | 19h15
RIO - O interventor da segurança no Rio de Janeiro, general Braga Netto, informou que há um déficit de R$ 3,1 bilhões na área de Segurança no Estado. O setor teria um passivo (dívidas) de R$ 1,6 bilhão em gastos feitos em anos anteriores, ainda à espera de pagamento, e cerca de R$ 1,5 bilhão em ações previstas neste ano. Os dados do general foram repassados a 24 parlamentares, entre eles deputados federais que integram a comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a execução da intervenção.
No início da noite, o Gabinete da Intervenção Federal esclareceu por nota que, dos R$ 3,1 bilhões, R$ 1 bilhão iria para despesas com pessoal (o que é atribuição do governo do Estado). Dos R$ 2,1 bilhões restantes, R$ 600 milhões seriam para pagamentos de dívidas já existentes, e R$ 1,5 bilhão, para custeio e investimentos até o fim do ano.
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O grupo se reuniu com o general, nesta segunda-feira, 19, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Rio. O deputado Hugo Leal (PSB/RJ), coordenador da comissão, disse que só o passivo na área de pessoal na Polícia Militar está em torno de R$ 700 milhões.
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"Esse é um assunto que cabe a nós, como legisladores federais, a discussão, a pressão, por parte do governo federal para que se possa disponibilizar recursos necessários à intervenção e investimentos", disse.
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O deputado federal Alessandro Molon (PSB), que também integra o grupo, disse que ficou "muito impressionado com ausência total de recursos para a realização da intervenção".
Neste domingo, 18, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, anunciou que o governo federal abriria um crédito extraordinário para a área da segurança pública do Rio de cerca de R$ 1 bilhão. O aporte financeiro federal para execução das ações da intervenção no Estado deverá chegar mais de um mês após o decreto, de 16 de fevereiro.
"O interventor deixou claro que a necessidade para este ano é pagar os atrasados e, para fazer frente as necessidades até o final do ano, é da ordem de R$ 3 bilhões, o que se faz com que esse anúncio de R$ 1 bilhão feito pelo governo seja totalmente insuficiente", dissee Molon. "Isso prova que se trata de uma iniciativa improvisada pelo governo federal e que está obrigando oficiais das Forças Armadas a se desdobrarem em medidas necessárias para tentar alcançar o bom êxito."
Depois do encontro, Braga Netto se reuniu com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezã0 (MDB), para buscar formas para a liberação de recursos para a segurança.
Nesta segunda, o presidente Michel Temer (MDB) disse que a verba para auxiliar ações de intervenção na segurança do Rio de Janeiro deve ficar entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões.
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