PUBLICIDADE

Dilma Rousseff e Sérgio Cabral desembarcam em Nova Friburgo

Acompanhada por ministros, presidente promete 'ações firmes de governo' para municípios

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

RIO - Após sobrevoar de helicóptero a região serrana do Rio, a presidente Dilma Roussef desceu no campo de futebol do Friburguense e, acompanhada de seis ministros e do governador do Rio, Sérgio Cabral, visitou a Praça Getúlio Vargas, no centro de Nova Friburgo. A praça continua coberta de lama e lixo trazidos pela enxurrada.

 

PUBLICIDADE

Em seguida, segundo a assessoria do Palácio do Planalto que acompanha a comitiva, a presidente, que usava galochas, foi à Rua Luis Spinelli e conversou com moradores. Foi nessa rua que um carro do Corpo de Bombeiros foi soterrado na manhã de ontem. Quatro bombeiros morreram e três foram resgatados com vida.

 

Ainda de acordo com a assessoria do Planalto, em resposta a perguntas sobre como seria a ajuda aos municípios, Dilma afirmou: "Vamos realizar ações firmes de governo."

 

A presidente segue para o Palácio da Guanabara, sede do governo estadual, onde se reúne com o governador. Haverá uma entrevista coletiva após essa reunião.

 

 

 

 

'Tragédia anunciada'. Nesta manhã, Cabral disse que a "tragédia anunciada" nos municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na Região Serrana, deveu-se a uma combinação da intensidade inesperada dos temporais com a ocupação irregular das encostas. "É como a gente viu ano passado em Angra dos Reis: a ocupação residencial nas últimas décadas, independente do nível social, numa área imprópria, combinada ao fator do deslizamento", disse em entrevista à Rádio CBN.

 

"Houve danosamente uma ocupação nos últimos 25 anos, de maneira absolutamente irresponsável. Nós, do governo do Estado, estamos protagonizando o apoio à população, mas é evidente que desde 1988 a Constituição Brasileira diz que solo urbano é responsabilidade da municipalidade. Não pode só autorizar e proibir a construção do shopping center, do prédio formal. Tem sempre um político demagogo para fazer uma graça, dizer que é falta de respeito com o pobre, mas a gente tem que tomar uma decisão firme", afirmou, sem apontar nominalmente culpados.

 

 

"Não quero culpar prefeito A, B ou C, mas há um conceito, que vem de décadas, de permissividade na ocupação de encostas. Caso nós tivéssemos um padrão rígido de ocupação de encostas, teríamos vítimas, sim, mas não tantas. Veja o caso da Austrália: há mais de 20 mortos, mas não chega a quase 500 mortos. Não quero eximir de responsabilidade os governos federal nem estadual. Mas Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo quadruplicaram suas populações nos últimos 40 anos. A tomada das encostas nessas cidades levou a essa tragédia."

Publicidade

 

Cabral contou que falou ao telefone com a presidente Dilma, com quem fará um sobrevoo em breve, e com o ex-presidente Lula, que prestou solidariedade por conta das perdas no Estado.

 

 

Tragédia. O vice-governador Luiz Fernando Pezão, afirmou, em entrevista à TV Globo, que em 28 anos de vida pública nunca viu tragédia igual à que presenciou em Nova Friburgo e em Teresópolis. "É impossível a gente falar que aconteceu falha de algum órgão. A gente tem falado sistematicamente que temos de tirar pessoas de áreas de risco. Não dá mais para todo janeiro e fevereiro ficar contando mortes. Eu já fui tachado até de nazista por tirar as pessoas das casas, mas temos que fazer", disse.

"Em cinco anos de governo, já tivemos o Morro do Bumba, em Niterói, Angra dos Reis, mas nada se compara. No Bumba, não chegou a 100 milímetros de chuva, em Angra, a 120 mm. Em Friburgo, foram 280 mm." Pezão está em Nova Friburgo desde ontem.

 

(Com Agência Brasil e Kelly Lima, de O Estado de S. Paulo)

 

Texto atualizado às 15h50.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.