Em 23 anos, 3,2 mil PMs morreram de causas não naturais no Estado do Rio

Taxa de policiais mortos e feridos é quase o triplo de baixas de soldados dos EUA na Segunda Guerra Mundial

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Por Fabio Grellet
Atualização:
Mortos e feridos representam 19,65% do total de 90 mil policiais que compõem a corporação Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

De 1994 a 2016, 3.234 policiais militares do Estado do Rio morreram por causas não naturais, o que engloba baleados, mortos por acidente e qualquer outra razão não natural, durante o trabalho ou em folgas. Outros 14.452 PMs foram feridos. Somados, mortos e feridos representam 19,65% do total de 90 mil policiais que compõem a corporação. Essa proporção é quase o triplo das baixas registradas pela tropa de soldados dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial - naquela ocasião, o índice foi de 6,69%. Os dados foram divulgados durante evento promovido nesta terça-feira, 31, pela Polícia Militar.

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O Fórum sobre a Vitimização Policial foi realizado na Academia da Polícia Militar, em Sulacap, na zona oeste do Rio, com o objetivo de analisar a situação dos policiais mortos e feridos em serviço ou de folga. Comandantes e diretores de unidades e integrantes do Quadro de Saúde apresentaram dados relativos às suas áreas para ajudar nesse debate. O dado sobre mortos e feridos durante os últimos 23 anos foi apresentado pelo coronel Fábio Cajueiro.

"O ideal seria que ninguém morresse ou fosse ferido. Esse seria o melhor cenário, mas a incidência de policiais vitimados é muito alta, e por isso nos reunimos hoje para discutir esta questão. Temos que discutir e analisar as causas das mortes de policiais e pensar em como diminuir esses números. Digo para vocês: esse talvez seja o maior pesadelo que eu enfrento na corporação. Se pudesse eu daria essa ordem: estão proibidos de morrer", disse o coronel Wolney Dias, comandante da Polícia Militar, na abertura do evento.

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