RIO - Protestos marcaram na tarde desta terça-feira, 29, o enterro de Ryan Gabriel, morto com um tiro no peito em Madureira, na zona norte do Rio. O menino de 4 anos foi baleado no domingo, 27, no morro do Cajueiro, onde visitava o avô, durante confronto entre traficantes inimigos. Morreu no dia seguinte no hospital, o que levou moradores da região a protestarem na avenida Edgard Romero, a principal do bairro, queimando dois ônibus e uma estação do BRT.
Nesta terça, o tumulto se repetiu por volta das 18 horas, durante protesto após o enterro: manifestantes destruíram lixeiras e foram atacados pela Polícia Militar (PM) com bombas de efeito moral. O comércio da região fechou as portas e o BRT parou de funcionar. Não houve registro de feridos ou presos.
O velório, no cemitério de Irajá, zona norte, reuniu cerca de 150 pessoas. A mãe, Tayane Pereira da Silva, de 20 anos, precisou ser amparada por familiares na maior parte da cerimônia. Abraçada ao caixão, ela pedia para Ryan voltar. “Arrancaram um pedaço do meu peito”, disse. Manifestantes que acompanharam o enterro exibiam cartazes pedindo Justiça. Ryan foi baleado em uma invasão de traficantes do Morro da Serrinha ao Cajueiro.
Por volta das 17 horas, pessoas que estavam no enterro foram protestar na Avenida Ministro Edgard Romero, na altura da estação Otaviano do BRT, causando a interdição da via no sentido Madureira. A confusão começou cerca de uma hora após o início do ato.