Família de italiano morto arrecada dinheiro para crianças de favela
Ideia é encaminhar doações a projeto no Morro dos Prazeres, comunidade onde Roberto Bardella foi assassinado; ele foi enterrado neste domingo
Por Clarissa Thomé
Atualização:
RIO - A família e os amigos do corretor imobiliário italiano Roberto Bardella, de 52 anos, morto por traficantes do Morro dos Prazeres, naregião central do Rio de Janeiro, em 8 de dezembro, iniciaram uma campanha para arrecadar recursos para a um projeto educacional na favela onde aconteceu o crime.
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Bardella foi enterrado neste domingo, 18, em Jesolo, pequena localidade de 23 mil habitantes, na região do Vêneto, próximo a Veneza.
Rino Polato, primo de Bardella que viajava com ele pela América do Sul, publicou pedido em redes sociais para que aqueles que fossem ao enterro do corretor não levassem flores, mas fizessem doações em apoio ao projeto "A Viagem de Roberto".
No cartaz criado para anunciar o projeto, Polato lembra o interesse de Bardella por outras culturas e diferentes estilos de vida. A quantia recolhida será doada à Ordem das Irmãs Paulinas, que tem escritório próximo ao Morro dos Prazeres.
De acordo com Polato, a comunidade dos Prazeres será ouvida sobre o melhor destino a ser dado aos recursos arrecadados.
O corpo de Bardella deixou o Rio na noite de sexta-feira, 16, e desembarcou no Aeroporto Marco Polo, em Veneza, no sábado, 17. Nesse dia, Polato postou foto tirada na véspera do assassinato, na Praia de Copacabana. "Assim quero lembrar de você. Feliz e sorridente. Voa, primo, voa mais alto que puder. Grande companheiro de viagem. Saudade."
As 25 cidades mais violentas do Brasil
1 / 26As 25 cidades mais violentas do Brasil
As 25 cidades mais violentas do Brasil
O 'Mapa da Violência 2016 - Homicídios por Armas de Fogo no Brasil', elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), aponta qu... Foto: DivulgaçãoMais
25 - Macaíba (RN)
Segundo o 'Mapa da Violência', Macaíba, no Rio Grande do Norte, é a 25ª cidade com a maior quantidade de homicídios por arma de fogo por número de hab... Foto: DivulgaçãoMais
24 - Santa Cruz Cabrália (BA)
A cidade de Santa Cruz Cabrália, na Bahia, é a 24ª mais violenta do País e apresenta taxa de 75,1 assassinatos com arma de fogo por habitante Foto: Divulgação
23 - Fortaleza (CE)
De acordo com o estudo da Flacso, Fortaleza é a 23ª cidade mais violenta do Brasil, com índice de 75,3 mortes por arma de fogo por habitante; entre as... Foto: EstadãoMais
22 - Jaguaribara (CE)
Outra cidade cearense na lista das mais violentas do Brasil é Jaguaribara, com taxa de 76,8 Foto: Divulgação
21 - Maceió (AL)
Segundo o 'Mapa da Violência', a capital de Alagoas, Maceió, é a mais violenta do País, com índice de 77,2 homicídios com armas de fogo por habitante ... Foto: DivulgaçãoMais
20 - Horizonte (CE)
Com taxa de 77,9, Horizonte, no Ceará, é o 20º cidade mais violenta do Brasil Foto: Divulgação
19 - Tabuleiro do Norte (CE)
Em 19º no ranking da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, com taxa de 78,1, está Tabuleiro do Norte, também no Ceará Foto: Divulgação
18 - Arapiraca (AL)
Arapiraca, em Alagoas, é o 18º município mais violento do País, com 79,7 assassinatos com arma de fogo por habitante Foto: Divulgação
17 - Itaitinga (CE)
A 17ª cidade mais violenta do Brasil é Itaitinga, no Ceará, com índice de 79,9 Foto: Google Street View/Reprodução
16 - Santa Rita (PB)
De acordo com o 'Mapa da Violência', Santa Rita, na Paraíba, é a 16ª cidade com a maior taxa de homicídios com arma de fogo por habitante: 80 Foto: Divulgação
15 - Rio Largo (AL)
Rio Largo, em Alagoas, é o 15º município mais violento do Brasil, com taxa de 80,5 Foto: Divulgação
14 - Porto Seguro (BA)
Na 14ª colocação entre as cidades com maior taxa de homicídios com arma de fogo por habitante está Porto Seguro, na Bahia, com 81 Foto: Rita Barreto/Divulgação
13 - Itabuna (BA)
Também na Bahia está Itabuna, a 13ª cidade mais violenta do País, com índice de 81,2 Foto: Divulgação
12 - Quixeré (CE)
No 12º posto do estudo elaborado pela Flacso está Quixeré, no Ceará, com 85,1 homicídios com arma de fogo por habitante Foto: Divulgação
11 - Marechal Deodoro (AL)
Com taxa de 85,2, Marechal Deodoro, em Alagoas, é o 11º município mais violento do País Foto: Divulgação
10 - Lauro de Freitas (BA)
Lauro de Freitas, na Bahia, é a 10ª cidade com maior número de assassinatos com arma de fogo por habitante: 85,9 Foto: Divulgação
9 - Pojuca (BA)
Outro município baiano entre os mais violentos no 'Mapa da Violência' é Pojuca, com taxa de 87,3, na nova posição Foto: Informações Policiais de Pojuca/Facebook/Reprodução
8 - Simões Filho (BA)
Também na Bahia, Simões Filho é considerada pela Flacso a oitava cidade mais violenta do País, com taxa de 91,4 Foto: Divulgação
7 - Ananindeua (PA)
Entre as 25 cidades mais violentas do Brasil, a única que não se localiza no Nordeste é Ananindeua, no Pará, que aparece com índice de 91,6 na sétima ... Foto: DivulgaçãoMais
6 - Pilar (AL)
Pilar, em Alagoas, é o sexto município com maior taxa de assassinatos com arma de fogo por habitante: 92,5 Foto: Google Street View/Reprodução
5 - Eusébio (CE)
Na quinta colocação entre os municípios mais violentos do País está Eusébio, no Ceará, com taxa de 93,4 Foto: Pedro Queiróz Ribeiro/Wikimedia Commons
4 - Conde (PB)
A quarta cidade mais violenta do Brasil é Conde, na Paraíba; sua taxa é de 94,4 Foto: João Francisco/Secom/Governo da Paraíba
3 - Satuba (AL)
Segundo o 'Mapa da Violência', Satuba é o terceiro município com maior índice de assassinato com arma de fogo por habitante: 95,5 Foto: Divulgação
2 - Murici (AL)
De acordo com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, Murici, em Alagoas, é a segunda cidade mais violenta do País, com taxa de 100,7 homicí... Foto: DivulgaçãoMais
1 - Mata de São João (BA)
Segundo o 'Mapa da Violência', a cidade mais violenta do País é Mata de São João, na Bahia, com 102,9 assassinatos com arma de fogo por habitante. Loc... Foto: Marco Antonio de Carvalho/EstadãoMais
Homenagem. Ao meio-dia de domingo, cerca de mil pessoas se juntaram à viúva de Bardella, Claudia Vianello, e ao filho, o jogador de rúgbi Mattia Bardella, para a cerimônia de despedida na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Praça Trento. Não houve espaço para todos, e parte das pessoas ficou do lado de fora do templo.
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"É uma dor imensa. Nós só podemos agradecer à cidade a solidariedade demonstrada nestes dias terríveis", disse Polato.
Familiares, amigos, motociclistas, autoridades de Jesolo e moradores da região participaram da cerimônia. Manuel Gerolin leu uma carta de despedida escrita pelos amigos mais próximos, com os quais Bardella dividia a paixão por motos, bicicletas e golfe.
"Roberto era impossível de parar, era como uma viagem cheia de cor e emoção", diz um trecho. "Seu sorriso diante de nós nos sugere sermos bons e serenos, a amar e perdoar."
Bardella foi descrito ainda como um homem bom e que seus ensinamentos seguiriam com a mulher e o filho.
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Polato e Bardella planejaram a viagem de férias pela América do Sul por dois anos. O trajeto, iniciado em Assunção, no Paraguai, incluía Foz do Iguaçu, Rio de Janeiro, Norte do Brasil e, em seguida, Venezuela, Equador, Colômbia, Peru, Chile e Bolívia, para retornar ao Paraguai e de lá para a Itália.
A viagem foi interrompida no Rio. Depois de visitarem o Cristo Redentor, Bardella e Polato seguiam de volta para Copacabana, na zona sul, quando, ao se orientarem pelo GPS da moto de Bardella, entraram em um dos acessos ao Morro dos Prazeres. Um grupo de traficantes gritou para que parassem. Bardella seguia na frente, vestido de macacão de motociclista preto e com uma câmera acoplada ao capacete. Os criminosos dispararam, provavelmente depois de confundi-lo com um policial.
Quando perceberam o engano, colocaram o corpo de Bardella na mala de um carro. E mantiveram Polato sob a mira de armas, enquanto o chefe do tráfico na região decidia sobre o destino dele. Polato rodou pela favela por cerca de duas horas e meia até que decidiram liberá-lo. Ele ainda foi ameaçado a não revelar à polícia nada do que aconteceu.
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Polato reconheceu nove criminosos, entre eles Claudio Augusto dos Santos, o Jiló, de 46 anos, apontado como chefe do tráfico na favela. A polícia tem feito operações nas favelas de Santa Teresa, mas não encontrou os suspeitos do crime.