Os organizadores do réveillon de Copacabana encaram um desafio a mais para a festa que deve reunir hoje cerca de 2 milhões de pessoas na Avenida Atlântica: mostrar a euforia que o Rio vive desde que a cidade foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A ambição do organizador da festa, o americano Scott Givens, especialista em megaespetáculos, como aberturas de Olimpíada, é traduzir em fogos e música o otimismo dos cariocas.
Copacabana também comemora a ocupação de suas favelas pela Unidade de Polícia Pacificadora que mantém os traficantes longe. No asfalto, para garantir a segurança, vão ser usadas até câmeras com tecnologia israelense, capazes de gravar a movimentação das pessoas mesmo na escuridão.
O espetáculo, que vai consumir R$ 17 milhões, terá pela primeira vez um sofisticado sistema de som distribuído em 50 torres ao longo dos quatro quilômetros da praia. A expectativa é que do Leme ao Posto Seis, todo mundo ouça a contagem regressiva e a trilha sonora criada por Antonio Pinto para acompanhar os 15 minutos de fogos de artifício. Serão 16 toneladas de fogos disparados de nove balsas espalhadas no mar.
O público vai escolher entre dois palcos com shows a partir das 18horas, reunindo 24 artistas. No palco principal, em frente ao Hotel Copacabana Palace, haverá Paralamas do Sucesso, com participação de Carlinhos Brown, às 20h05. Em frente à Rua Santa Clara, estarão Ed Motta e a banda Blitz.
Para chegar a Copacabana, as melhores opções são ônibus, táxis e metrô. Para o metrô, é preciso ter o bilhete especial a partir das 19oras. A passagem de ida e volta custa R$ 4,50 e deve ser comprada antes nas estações Central, Carioca, Largo do Machado, Del Castilho e Botafogo. Carros não entram no bairro a partir das 18 horas.
Copacabana deve atrair para a cidade, segundo a prefeitura, cerca de 600 mil turistas.É um público eclético. Tem desde os hóspedes do Copacabana Palace, que pagam de R$ 8,5 mil a R$ 57 mil de diárias por cinco noites neste período, até a turma que dorme na praia.
Ontem, dez barracas montadas na areia em frente à Avenida Princesa Isabel acomodavam 50 mineiros de Barbacena. Eles vieram de ônibus, depois de sete horas de viagem. Chegaram ao Rio às 5 horas e foram direto para a praia, de onde só partem na noite do dia 1º. “Isso aqui é lindo demais”, elogiou Margarete de Oliveira, sentada numa cadeira debaixo de um coqueiro, feliz da vida.
A prefeitura tentou fazer um choque de ordem e ameaçou proibir comida na praia, mas a farofa foi liberada. “Nossa Senhora! O dia que eles proibirem a gente de ficar na praia, a gente não volta nunca mais para o Rio”, disse o mineiro Mário Luz Carvalho, que há cinco anos dorme na areia para ver os fogos.
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