PUBLICIDADE

Grupo sem-teto reclama de truculência da PM em desocupação de terreno no Rio

Movimento estima que mil famílias viviam em área em Nova Iguaçu que recebeu ordem de desocupação. Polícia não comentou acusações de agressão

Por Fabio Grellet
Atualização:

RIO - Um grupo de famílias sem-teto foi desalojado de um terreno que pertence à Ambev e foi invadido havia dois meses. A área fica no km 32 da Estrada Rio-São Paulo, em Nova Iguaçu (região metropolitana do Rio). Durante desocupação, na manhã desta terça-feira, 19, houve confronto e, segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), um homem que defendia os desalojados foi ferido e detido.

“Essa área estava sem uso há muito tempo e foi ocupada há dois meses. Chegaram 50, 100 famílias, e a ocupação aumentou com o tempo”, conta Fabiana Batista, apoiadora do MTST. Ela estima que houvesse mil famílias no local nesta terça-feira. “Uma semana após a ocupação, policiais vieram até o terreno e apresentaram uma ordem judicial de desocupação. Na ocasião houve apenas uma conversa, sem truculência”, diz.

Durante desocupação, na manhã desta terça-feira, houve confronto Foto: Reprodução/MTST

PUBLICIDADE

“Entramos em contato com a Defensoria Pública, e dias depois soubemos que aquela decisão judicial havia sido derrubada, que as famílias poderiam continuar aqui”, afirma Fabiana. “Mas hoje (terça), por volta das 7h, chegaram uns 50 policiais, com o que supomos ser a mesma ordem judicial, e mandaram todo mundo sair. Não queremos confronto, mas agiram com truculência com várias pessoas. Um pastor foi agredido e levado para a delegacia”, contou. Antes, segundo ela, o rapaz foi atendido numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA), à qual foi levado por policiais. Até o final da tarde, o pastor continuava detido e incomunicável, disse Fabiana.

Segundo a militante, as famílias tentaram se abrigar na casa de parentes ou conhecidos, mas muita gente continuava desabrigada, na tarde desta terça. Vídeos com momentos da desocupação, inclusive discussões entre policiais e invasores, circularam pela internet nesta terça-feira.

Questionada pela reportagem, a Ambev não quis se manifestar sobre o episódio. Em nota, a Polícia Militar confirmou ter feito a desocupação, mas não se manifestou sobre a acusação de agressão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.