Helicóptero do Exército é atingido em pleno vôo no Rio

Traficantes devem ter pensado que aeronave era da PM, pois no momento uma operação policial era realizada

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Por Alexandre Rodrigues
Atualização:

Traficantes do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, atiraram na terça-feira, 27, num helicóptero do Exército. O aparelho Esquilo da Base de Aviação do Exército em Taubaté, no interior paulista, sobrevoava o conjunto de favelas no momento em que policiais militares trocavam tiros com traficantes. Um projétil, provavelmente de fuzil, atingiu o interior da cabine do helicóptero e por pouco não feriu o piloto.   A bala, no entanto, não atingiu nenhuma parte mecânica e não prejudicou a performance do aparelho. O helicóptero pousou na Base Aérea do Galeão e retornou a Taubaté ainda na terça.   Na operação do Batalhão de Olaria (16.º BPM) na Vila Cruzeiro, duas pessoas morreram: um cabo da PM e um catador de papelão. Além de atirar nos policiais, os traficantes resistiram à incursão usando dois ônibus roubados para fazer barricadas e espalharam entulho pelas vias para impedir o avanço dos carros blindados da PM, os chamados "caveirões".   O incidente com o helicóptero do Exército foi confirmado por oficiais do setor de relações-públicas da Base de Aviação de Taubaté. No entanto, o Exército não informa em que altitude o helicóptero foi atingido nem quantos tripulantes ele transportava. O Esquilo geralmente tem seis lugares.   Segundo a Base de Taubaté, o aparelho estava em missão administrativa com destino ao Rio e não tinha qualquer participação na operação da PM. Para os oficiais, a coincidência do sobrevôo no momento da operação policial pode ter levado os traficantes a confundir o Esquilo do Exército com o helicóptero da polícia. Os oficiais também não revelaram se foram ou não alertados pelas autoridades do Rio ou pelo Comando Militar do Leste (CML) sobre o conflito.   O helicóptero foi avaliado no Galeão e imediatamente liberado para retorno, já que não teve danos estruturais ou de equipamentos. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto em Taubaté, por causa das exigências de segurança de vôo. A unidade comunicou o incidente ao CML. O Exército confirmou que a bala quase atingiu o piloto, mas nenhum dos tripulantes ficou ferido, nem mesmo de raspão.   No último dia 9, o policial Eduardo Henrique Mattos, atirador de elite da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, morreu ao ser baleado na cabeça durante uma operação quando sobrevoava o Morro do Adeus, na zona norte do Rio, a bordo do helicóptero Águia, da polícia fluminense.

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