PUBLICIDADE

Imperatriz Leopoldinense tem potencial para voltar no sábado das campeãs

Escola faz leitura pop da África em desfile sobre racismo, com tributo a Nelson Mandela

Por Roberta Pennafort
Atualização:

Enquanto as expectativas no período pré-carnavalesco se concentravam em escolas como Portela, Mocidade e Beija-Flor, a Imperatriz Leopoldinense, sem ser alvo de alarde, preparava um carnaval de grande qualidade e competência. O desfile sobre a luta contra o racismo e com tributo ao ex-presidente sul-africano Nelson Mandela (1918-2013) mostrou uma leitura pop da África, multicolorida e rico manancial de influências para a cultura brasileira. A escola saiu da Sapucaí com grandes chances de voltar no sábado das campeãs, embora não tenha empolgado muito o público.

PUBLICIDADE

O carnavalesco Cahê Rodrigues se inspirou no gesto arrebatador do jogador do Barcelona Daniel Alves, que comeu uma banana lançada ao campo por um torcedor racista, para "dar uma banana para o preconceito". Desde o abre-alas a Imperatriz conquistou olhares atentos da plateia: belíssimo, o carro tinha esculturas de animais da savana em tons cítricos, que prenunciaram o clima da "África pop" da Verde e branca.

As diferente etnias africanas, com suas pinturas corporais e crenças, as religiões e seus rituais e a culinária foram representadas nos carros seguintes e nas fantasias, com abundância de tecidos com estampas gráficas, e as mensagens pacíficas e antiracistas de Mandela e Martin Luther King (1929-1968) foram lembradas. Fotos de Mandela foram projetadas num telão no último carro.

A herança deixada pelos escravos trazidos da África apareceu nas referências à capoeira e às artes brasileiras, na figura de nomes como o da compositora Dona Ivone Lara e o humorista Mussum, homenageados em fotografias como símbolos de negros que triunfaram no Brasil.

Personalidades negras, como a atriz Isabel Fillardis, o ator Antonio Pitanga e a jornalista Gloria Maria, foram destaques. A rainha de bateria, a atriz Cris Vianna, que também exerce o "cargo" na ficção (é rainha na escola da novela das 21 horas da TV Globo, "Império"), não decepcionou nos quesitos beleza e simpatia, mas sambou miudinho demais para a Sapucaí - falta-lhe aquele tufão nos quadris.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.