Leblon e Ipanema concentram furtos de bicicleta no Rio

Foram 44 (15,8%) das 278 ocorrências do tipo registradas desde julho deste ano, quando a tipificação foi adotada nas delegacias

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Por Fabio Grellet
Atualização:
Por mês, houve 11 furtos em julho, 19 em agosto e 14 em setembro no Leblon e em Ipanema Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

RIO - Bairros mais nobres do Rio, Leblon e Ipanema, na zona sul, concentram o maior número de furtos de bicicletas na cidade: foram 44 (15,8%) das 278 ocorrências do tipo registradas desde julho deste ano, quando a tipificação foi adotada nas delegacias. Antes os casos eram registrados apenas como furto, sem especificar o objeto.

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A estatística do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão da Secretaria Estadual de Segurança, divide os casos por delegacia. Como a 14ª atende tanto o Leblon como Ipanema, não é possível concluir em qual dos bairros ocorreram mais furtos. Por mês, houve 11 furtos em julho, 19 em agosto e 14 em setembro. O rótulo de furto é dado aos episódios em que não há violência ou ameaça contra a vítima.

O agrupamento urbano formado por Leblon e Ipanema - tidos por especialistas no mercado imobiliário como os bairros com o mais caro metro quadrado da capital fluminense - é vizinho à Lagoa Rodrigo de Freitas, em cujas margens, em 19 de maio, passado, foi assassinado a facadas o ciclista e médico Jaime Gold, que tinha 57 anos.

Dois adolescentes foram incriminados pela polícia e condenados pela Justiça a penas de internação. O objetivo dos criminosos era roubar a bicicleta da vítima, habitual frequentador noturno da ciclovia em volta da lagoa. Mesmo sem reagir, Gold foi esfaqueado e morreu pouco depois.

A segunda delegacia com maior número de casos é a 42ª, sediada no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste, e que atende mais cinco bairros da região: Barra de Guaratiba, Camorim, Grumari, Vargem Grande e Vargem Pequena. Nesta área foram registrados 31 (11,1%) dos 278 furtos. Por mês, de julho a setembro, foram 8, 11 e 12, respectivamente.

A 10ª Delegacia, que abrange os bairros de Botafogo, Humaitá e Urca, na zona sul, concentrou 30 casos (10,8% do total). Foram 11, 10 e 9, por mês, de julho a setembro.

Já os roubos - com emprego de métodos violentos - se concentram na área da 9ª DP, que abrange os bairros do Catete, Cosme Velho, Flamengo, Glória e Laranjeiras, todos na zona sul. Nesta área, ocorreram 9 dos 47 casos registrados nos primeiros três meses de estatísticas, o que corresponde a 19,1% do total. Foram 2 em julho, 3 em agosto e 4 em setembro.

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A segunda delegacia com mais roubos de bicicleta é a 32ª, na Taquara e que também abrange Jacarepaguá, Anil, Cidade de Deus, Curicica e Gardênia Azul, todas localidades na zona oeste. Na área, houve 7 casos (14,8%): 1 em julho, 5 em agosto e 1 em setembro.

Em todo o Estado do Rio, de julho a setembro, houve 577 furtos e 61 roubos de bicicletas. A maioria dos crimes ocorreu à tarde, no período das 12h às 17h59. O dia 22 concentrou o maior número de furtos, 35: 14 em julho, 8 em agosto e 13 em setembro.

Na 15ª Delegacia de Polícia (DP), que abrange a Lagoa, onde ocorreram os casos de maior repercussão do ano, como a morte do médico, foram registrados 6 furtos e 3 roubos de julho a setembro.

Crimes de setembro. O ISP divulgou nesta quarta as estatísticas sobre todos os crimes registrados no Estado do Rio no mês passado. O número de roubos de rua (soma de roubos a transeunte, roubos de celular e roubos em ônibus) caiu 11,7% em relação ao mesmo mês de 2014: foram 7.770 em setembro de 2014 e 6.859 em 2015. Já os roubos de celular aumentaram 59,6%: 759 em setembro 2014 e 1.211 no mesmo mês deste ano.

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O número de homicídios dolosos cresceu 2,6% (345 em setembro de 2014 e 354 no mesmo mês deste ano). A letalidade violenta, como é chamada a soma de homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e homicídios decorrentes de intervenção policial, aumentou 3% (405 em setembro de 2014 e 417 no mesmo mês deste ano).

O ISP adotou mais uma tipificação às estatísticas, passando a publicar o número de adolescentes e adultos conduzidos à delegacia, mesmo se forem liberados em seguida, mediante pagamento de fiança ou consideração de que o crime é de menor potencial ofensivo, por exemplo. Em setembro, foram levados às delegacias 1.197 adolescentes, dos quais 860 permaneceram apreendidos. Entre os adultos, 4.783 foram levados à Polícia Civil e 2.751 ficaram presos.

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