A Mocidade Independente levou para a avenida da Marquês de Sapucaí os centenários da morte de dois grandes escritores brasileiro: Machado de Assis e Guimaraes Rosa. Com o enredo "Clube Literário-Machado de Assis e Guimarães Rosa...Estrelas em Poesia, a agremiação contou com quatro mil componentes divididos em 36 alas e oito carros alegóricos- todos em movimento. A rainha da bateria Thatiana Pagung animou a arquibancada da Sapucaí, que está lotada.
Veja Também:
O carro abre-alas da Mocidade Independente trouxe Marcela Vianna dentro da tradicional estrela-guia da escola, que voltou este ano com efeitos especiais.
Em seguida, o mestre-sala e a porta-bandeira, Raphael Rodrigues e Marcella Alves, apresentaram-se. A fantasia de Marcella pesa 40 kg.
De amarelo , dourado e branco, a ala das baianas jogou pétalas na avenida. As alas em seguida homenagearam Carolina, o grande amor de Machado de Assis e também citaram as grandes obras do autor. Capitu, a clássica personagem de Dom Casmurro,foi representada pela atriz Roberta Rodrigues.
Crédito: Marcos D'Paula/AE
Em um carro alegórico, com 30 bailarinas, a Mocidade mostrou "A Vida em Verso e Prosa de Machado de Assis". Em seguida, o carro o "Cronista e o Literato" trouxe uma escultura de nove metros de altura em referência ao "Bruxo do Cosme Velho".
Crédito: Fabio Motta/AE
A vez de Guimarães Rosa chegou em um livro aberto com o seu nome em destaque.
O ator Stepan Nercessian representou Guimarães Rosa mais velho; Marcos Palmeira, quando jovem.
Já no seguinte carro, um crocodilo gigante, em movimento, foi a sensação de "Guimarães Rosa- Superstição e Misticismo". Depois, um escorpião gigante no corpo de um jagunço.
A Mocidade Independente foi a quarta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles do Rio. Em seguida, entrou a Beija-Flor.
Problemas
O desfile teve alguns problemas. O carnavelesco, Claúdio Cavalcanti, conhecido como Cebola, foi atropelado pelo carro abre-alas. Com ferimentos nos braços e pernas, o artista foi levado ao Hospital Miguel Couto, zona sul do Rio. Para o presidente da escola, Paulo Vianna, o acidente com o artista foi culpa dos bombeiros, que confundiram os efeitos especiais do carro com um princípio de incêndio.
"Foi uma palhaçada total. Eles começaram a jogar extintor nos componentes, eu precisei dar uma bengalada no comandante dos bombeiros", afirmou revoltado Vianna, ao frisar que o incidente não deve prejudicar a Padre Miguel por ter sido antes do início do desfile.
O abre-alas que atropelou Cebola, era a grande atração preparada pelo artista para estreiar no Carnaval do Rio de Janeiro. O carro é o maior já levado pela escola ao Sambódromo, com 45 metros.
Antes do acidente, o carnavalesco atento a todos os detalhes admitiu que a atual crise econômica afetou os preparativos para o carnaval deste ano. Segundo ele, foi preciso trocar o luxo pela criatividade em várias alegorias da escola.
Com um enredo em homenagem ao centenário de morte de Machado de Assis e o nascimento de Guimarães Rosa, a Mocidade Independente de Padre Miguel fez um desfile rico e criativo, mas, que não conseguiu emocionar o público.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.