Mãe de Henry Borel volta para presídio no Rio

Justiça acolheu recurso do Ministério Público contra decisão que havia determinado que Monique Medeiros fosse transferida para endereço não conhecido, em razão de supostas ameaças

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Foto do author Marcio Dolzan
Por Marcio Dolzan e Fabio Grellet
Atualização:

Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, foi transferida no fim da manhã desta quarta-feira, 29, para o Presídio de Benfica, na zona norte do Rio. Acusada de participação na morte do menino, ela estava em prisão domiciliar desde o início de abril.

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Monique se apresentou à 16ª DP (Barra da Tijuca) ainda na noite de terça, horas após a 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio acolher recurso do Ministério Público (MP-RJ), que pedia o retorno da professora à prisão. Ela deixou a delegacia pela manhã, fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e foi levada ao presídio.

Henry morreu aos 4 anos, em março de 2021, após ser agredido no apartamento em que morava com mãe e o então namorado dela, o médico e o vereador cassado Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como doutor Jairinho.

Ré pelo assassinato do filho, Monique Medeiros havia sido autorizada a ficar em prisão domiciliar. Foto: Wilton Junior/Estadão - 08/04/2021

Ré no processo pelo assassinato do filho, Monique estava em prisão domiciliar - mas com endereço desconhecido - desde abril, após sua defesa alegar supostas ameaças recebidas por ela no presídio. Agora, por medida de segurança, ela ficará acautelada em batalhão prisional até que sejam apuradas as ameaças mencionadas.

Para o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, relator do processo, o fato de ela estar em local sigiloso impede a fiscalização pelo Ministério Público e dificulta que o Estado possa assegurar sua integridade.O magistrado destacou ainda haver o que classificou como uma “quimera jurídica” no caso, por não poder se confundir prisão domiciliar com monitoração eletrônica, em uma situação tida como híbrida.

Almeida Neto alegou ainda que, na decisão de 1ª instância, foi concedida liberdade sem determinação de alvará de soltura e que não houve comprovação das ameaças alegadas pela defesa de Monique para a concessão da medida. O magistrado lembrou também que a acusação a que a ré responde é por homicídio praticado com tortura, havendo, no caso, violência extremada, sendo um crime hediondo.

O Estadão tentou contato com a defesa de Monique Medeiros, sem sucesso até a publicação desta reportagem.

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