PUBLICIDADE

Maquinista pode ter passado no sinal vermelho, diz delegado

Interpretação dos primeiros dados da investigação afasta a hipótese de ter acontecido falha mecânica

Por Gustavo Miranda
Atualização:

A interpretação preliminar dos dados colhidos pela investigação que apura as causas do choque entre dois trens, nas proximidades da estação Austin, do ramal Japeri da Central do Brasil, em Nova Iguaçu, mostra que não houve falha mecânica. Segundo o delegado Fábio Pacífico Marques, que preside o inquérito instaurado no 58ª DP (Posse), no momento da colisão dos trens, o sinal estava vermelho para a composição que vinha carregada de passageiros. Segundo ele, o maquinista pode ter passado no sinal vermelho.   Ferroviários ameaçam parar se laudo indicar erro humano Sindicato denuncia nova falha em desvio de trem no Rio Sindicato diz que sinalização precária causou choque de trens Acidente no Rio ganha destaque na mídia internacional   "É preciso saber se o sinal estava aberto e parou no vermelho após a colisão ou se ele estava vermelho já no momento da colisão. Até agora, tudo indica que o maquinista não respeitou a sinalização", disse o delegado em entrevista ao estadao.com.br. O acidente deixou oito pessoas mortas e 101 feridas na quinta-feira passada.   O maquinista Norival Ribeiro do Nascimento é esperado para prestar depoimento ainda nesta quarta-feira. Segundo o delegado, as investigações iniciais indicam para a possibilidade de Nascimento não ter respeitado a sinalização. Segundo o delegado, outros passageiros confirmaram as informações do marceneiro Pedro Paulo da Fonseca, que disse não ter ouvido os freios do trem antes do choque. "O maquinista pode ter freado no momento da colisão. Mas só o laudo poderá confirmar isso. O que a gente já constatou é que as pastilhas do sistema de frenagem, acoplado à roda, estavam travadas", explicou o delegado.   O delegado disse ainda que, segundo os procedimentos adotados pela Supervia, o controlador de tráfego que observava o trem também pode ter falhado. "Essa hipótese, neste momento, não tem tanta força porque nós visitamos a sala de controle da Supervia, vistoriamos os painéis de controle, um digital, e aparentemente eles não apresentam defeito, o que faz a gente dar mais força à hipótese de falha humana. Em princípio, é isso o que indica a investigação. Mas, nós temos ainda até o final do mês para concluir os trabalhos e elaborar uma conclusão definitiva", afirmou o delegado.   Segundo a coluna do jornalista Ancelmo Góis, no jornal "O Globo", apesar da causa do acidente ter sido considerada falha humana pelo governo do Rio, a batida podia ter sido evitada se a Supervia tivesse equipado os dois trens com Automatic Stop Train, que pára o veículo automaticamente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.