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Ministério da Educação destinará R$ 10 mi para reformas emergenciais do Museu Nacional

Ministro esteve no local do incêndio nesta segunda e disse ainda que outros R$ 5 milhões serão ofertados para o projeto de reconstrução. Conselho Internacional de Museus expressou pesar

Por Fabio Grellet e Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - O Ministério da Educação vai destinar R$ 10 milhões para reformas emergenciais do Museu Nacional, informou nesta segunda-feira, 3, o ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva,  que visitou o imóvel, na zona norte do Rio de Janeiro. Outros R$ 5 milhões serão disponibilizados depois, para a realização do projeto de reconstrução do prédio. "A reconstrução do prédio deve demorar de três a quatro anos", estimou o ministro.

Na área externa do Museu Nacional, não há risco iminente, mas há problemas pontuais, como possível queda de revestimento, adornos e estátuas, o que provocou isolamento das fachadas Foto: Fábio Motta/Estadão

Paralelamente deve ocorrer a recomposição do acervo, na medida do possível. Só para o projeto serão necessários de seis a dez meses, estima o ministro, contados a partir da contratação do serviço. Questionado sobre as condições precárias do prédio e a culpa pelo incêndio, Rossieli afirmou que os maiores cortes na pasta da Educação ocorreram antes da atual gestão. Ele afirmou contar com a cooperação de entidades internacionais , como a Unesco, que deve enviar especialistas para acompanhar os trabalhos emergenciais.

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Empresas estão interessadas na reconstrução, diz ministro da Cultura

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse nesta segunda que já há empresas privadas e bancos interessados em patrocinar a reconstrução do Museu Nacional. Em frente ao museu, ele afirmou que o presidente Michel Temer  (MDB) conversou com diversos empresários nesse sentido e que já há sinalização de possível patrocínio via Lei Federal de Incentivo à Cultura.  

Segundo Sá Leitão, a previsão para o primeiro repasse acordada com o BNDES para a modernização do prédio histórico, assinado em junho, sairia em outubro. "Não sei por que não aconteceu antes", afirmou. "A Lei Rouanet estava aí disponível. Este ano foram apresentados pela primeira vez projetos com recursos vultosos."

O ministro disse que o investimento em museus em três anos, considerando todos os mecanismos do MinC, chegou a R $ 600 milhões - ele minimizou o dado de que o Instituto Brasileiro de Museus teve dispêndio pequeno ano passado na rubrica para modernização de equipamentos culturais (de R$168 mil num total de R$ 4,9 milhões).

Tanto Sá Leitão quanto Silva responsabilizaram governos anteriores pela falta de recursos para o Museu Nacional. "Nós temos hoje déficit com o patrimônio cultural que doi se acumulando. Já tivemos anos de bonança é isso não mudou. Governos populistas gastaram mais do que poderiam e incharam o Estado", criticou Sá Leitão, referindo- se a gestões do PT  (da qual fez parte). "Tradicionalmente há dificuldade no Brasil de se encarar cultura como vetor de desenvolvimento". 

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Para Silva, perdeu-de a oportunidade de investir em museus em anos sem crise. "Tivemos momentos na história do Brasil em que poderia ter sido feito mais, como há dez anos. Não foi feito. Os principais cortes de orçamento foram em 2014 e 2015. Agora estamos vivendo o momento mais difícil", declarou. 

Conselho expressa pesar

O Conselho Internacional de Museus divulgou nota expressando pesar diante do “devastador incêndio que destruiu o Museu Nacional, o maior museu de história natural da América Latina e a mais antiga instituição museológica do país. “Lamentamos a perda da coleção inestimável, que incluía itens importantes de história natural, mineralogia, paleontologia, arqueologia, num total de 20 milhões de itens”, informou a nota.

Em nome da comunidade internacional de museus, a nota diz que este domingo foi “um dia negro não apenas para o patrimônio brasileiro, mas também para o patrimônio mundial”. Além disso, o conselho se colocou à disposição para ajudar com toda a expertise necessária para ajudar o museu a superar o desastre.

Incêndio aconteceu na noite do domingo

Um incêndio de grandes proporções destruiu o acervo do Museu Nacional, na zona norte do Rio, na noite deste domingo, 2. Especializado em história natural e mais antigo centro de ciência do País, o Museu Nacional completou 200 anos em junho em meio a uma situação de abandono. Não houve feridos. 

Corpo de Bombeiros foi acionado às 19h30 e rapidamente chegou ao local, mas, na madrugada de segunda, o fogo permanecia fora de controle. Dois andares foram bastante destruídos, e parte do teto, de madeira, caiu

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