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Missa lembra um ano da morte do garoto João Hélio

Os pais de João Hélio, os comerciantes Elson e Rosa Vieites, não foram à missa

Por Clarissa Thomé
Atualização:

O movimento Anjos pela Paz se reuniu nesta quinta-feira, 7, na Igreja da Candelária para lembrar, com uma missa, o primeiro ano da morte do menino João Hélio Fernandes Vieites, arrastado por sete quilômetros por criminosos que roubaram o carro de sua mãe. O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, compareceu à cerimônia. "Vim como pai prestar solidariedade. É a exemplo dessas mães que a secretaria continua lutando contra a violência", disse o secretário. Os pais de João Hélio, os comerciantes Elson e Rosa Vieites, não foram à missa. "Eles estão sofrendo muito. Parece que a ficha está caindo agora. Tem sido muito difícil para eles enfrentar esse momento", disse Patrícia Bruno, amiga da família. Ela criou um blog e uma comunidade no Orkut (Justiça João Hélio) em homenagem ao menino. Cronologia -7 de fevereiro: João Hélio Fernandes, de 6 anos, foi arrastado por sete quilômetros preso ao cinto de segurança do carro de sua mãe, que havia sido roubado, na zona norte do Rio de Janeiro. -8 de fevereiro: Diego Nascimento da Silva, de 18 anos, confessa ter dirigido o carro roubado, mas disse que não percebeu que o menino estava preso ao cinto. -13 de fevereiro: Sob vaias e ameaças os acusados da morte de João Hélio chegam à delegacia para acareação com o delegado Hércules Pires do Nascimento, que investiga o caso. Ele queria ouvir Carlos Roberto da Silva, de 21 anos, Carlos Eduardo Toledo, o Dudu, de 23 anos, Tiago Abreu Matos, de 19, e Diego Nascimento da Silva, de 18 anos, para saber que participação cada um teve no crime. -14 de fevereiro: Câmara aprovou que os condenados por crimes hediondos terão direito ao benefício de progressão de pena e liberdade provisória depois de cumprirem 1/3 da pena. No caso dos reincidentes, terão de cumprir pelo menos metade da pena para ter o benefício. Antes, mesmo para os condenados por crimes hediondos, o benefício só era para quem cumprisse 1/6 de pena. Na prática, um condenado a 30 anos podia pleitear mudanças na internação depois de cinco anos. Com a mudança, quem tiver condenação semelhante só poderá pleitear benefícios com dez anos. -14 de fevereiro: De acordo com o projeto aprovado na Câmara agora é considerado falta grave o porte ou uso de telefones celulares e aparelhos de rádio comunicação dentro dos presídios. Além disso, agentes penitenciários e diretores de cadeias que facilitarem a entrada desses objetos nos presídios podem ser condenados de três meses a um ano de prisão. -15 de fevereiro: A Polícia Civil do Rio realizou uma simulação do crime para reforçar o depoimento de duas testemunhas-chave que foi essencial para identificar o assaltante que dirigia o veículo. -15 de fevereiro: Câmara dos Deputados aprovou o terceiro projeto de um pacote de medidas de segurança pública. O projeto de lei agrava a pena dos criminosos maiores de idade que usarem menores nas ações criminosas. A Comissão de Direitos Humanos do Senado também sancionou projeto com proposta semelhante. -16 de fevereiro: Rosa Cristina Fernandes, mãe de João Hélio, dá depoimento na polícia e desmente versão dos criminosos. Eles disseram que usavam arma de brinquedo no momento do assalto, mas, segundo ela, o som produzido no vidro do carro era feito por armas de metal que foram apontadas contra às vítimas. -27 de fevereiro: Ministério Público do Rio de Janeiro apresenta denúncias contra os acusados. Os quatro assassinos maiores de 18 anos não foram acusados de corrupção de menores pois, para o MP, o menor envolvido no crime não teria sido convencido a participara da ação. -28 de fevereiro: No Senado, o governo adiou para o dia 28 a votação, na Comissão de Constituição de Justiça, sobre a redução da maioridade penal para 16 anos, nos casos de crimes hediondos. Também no dia 28 será examinada a emenda que propõe a criação de uma lei que, excepcionalmente, poderá desconsiderar o limite de punição penal. -18 de março: Família e amigos fazem homenagem a João Hélio, que completaria 7 anos. Seus pais levaram flores ao cemitério e prometeram que continuariam participando de manifestações pela paz no País. -30 de janeiro: Os acusados Diego Nascimento da Silva,  Carlos Eduardo Toledo Lima, foram condenados,  respectivamente, a 44 anos e três de meses e a 45 anos de reclusão; e Carlos Roberto da Silva e Tiago Abreu Mattos, a 39 anos.

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