RIO - Os três homens suspeitos de participação no assassinato do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, e que foram detidos na terça-feira, 1, já estão no sistema prisional. Eles foram encaminhados no início da tarde desta quarta-feira, 2, para a Cadeia José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio, que serve como triagem.
Os acusados são Fábio Pirineus da Silva, conhecido como Belo; Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove; e Brendon Alexander Luz da Silva, o Totta. A autorização da prisão temporária foi concedida pela juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, do plantão judiciário, após pedido do Ministério Público do Estado (MPRJ). O trio foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima e por uso de meio cruel.
No pedido de prisão, o MPRJ alega que as imagens de uma câmera de segurança que gravou as agressões a Moïse "comprovam toda a ação delituosa em seu mais alto grau de crueldade, perversidade e desprezo pela vida – o bem jurídico mais importante de todo ordenamento”. O pedido de prisão foi assinado pela promotora Bianca Chagas.
Apesar de decretar a prisão do trio, no despacho a juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, do plantão judiciário, reiterou que “ainda existem diligências e atos investigativos a serem realizados a fim de que os fatos sejam melhor elucidados", e que a prisão temporária "visa assegurar a eficácia das investigações para, posteriormente, possibilitar o fornecimento de justa causa para a instauração de um processo penal".
Antes de ser preso, Aleson gravou um vídeo admitindo a participação nas agressões que resultaram na morte de Moïse. Negou, porém, a intenção de matá-lo.
"Eu sou um dos envolvidos na morte do congolês. Quero deixar bem claro que ninguém queria tirar a vida dele, ninguém quis fazer injustiça, porque ele era negro ou alguém devia a ele. Ele teve um problema com um senhor do quiosque do lado, a gente foi defender o senhor, e infelizmente aconteceu a fatalidade de ele perder a vida", afirmou na gravação.