Morte de Marielle faz Temer cancelar balanço de um mês de intervenção

Auxiliares do presidente avaliaram que adiamento é necessário para evitar constrangimentos e acusações de uso político do crime

PUBLICIDADE

Foto do author Felipe Frazão
Por Carla Araujo e Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer (MDB) cancelou uma visita que faria ao Comando Militar do Leste no próximo domingo, 18, para apresentar um balanço de um mês de intervenção na segurança do Rio de Janeiro. Os números estavam sendo levantados, mas com o assassinato a tiros da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, na última quarta-feira, 14, auxiliares do presidente avaliaram que seria melhor esperar outra oportunidade para não correr o risco de constrangimentos e acusações de uso político da morte da parlamentar carioca.

O presidente Michel Temer (MDB) participou de agenda pública em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, nesta sexta Foto: Rafael Arbex/Estadão

+++ BR18: Temer afirma que assassinato de Marielle é ‘atentado ao Estado de direito’

PUBLICIDADE

O Comando Militar do Leste já foi avisado que o presidente não vai mais ao Rio neste fim de semana e desmobilizou a estrutura que seria montada para a sua visita.

+++ Homenagem na Câmara dos Deputados a vereadora morta vira ato contra intervenção e governo Temer

A avaliação do Palácio do Planalto é que o governo respondeu rapidamente ao assassinato a divulgar uma nota na noite de quarta e no dia seguinte logo cedo Temer convocar uma reunião de emergência com os ministros da área de segurança e pedir que Raul Jungmann fosse para o Rio acompanhar as investigações.

+++ Temer manda Jungmann ao Rio para acompanhar investigação de morte de Marielle

Interlocutores do presidente reconhecem que o crime contra a vereadora derrubou a agenda prevista e vai ficar para boa parte da população como a marca do primeiro mês da intervenção. Outro receio do núcleo do governo é de que, como os números ainda não são expressivos, apresentar uma "marca" de um mês poderia resultar em mais críticas à medida.

Publicidade

Nesta semana, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que o assassinato da deputada mostra que o governo está "no caminho certo", destacou que a intervenção já estava dando resultados, mas alertou que seria "imbecil" quem acreditasse em resultados em apenas um mês. Segundo ele, no período foram apreendidos 40 fuzis e "25 mil tiros".