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Motorista de carro alegórico que feriu 20 na Sapucaí pede desculpas, mas nega responsabilidade

O caminhoneiro Francisco de Assis Lopes prestou depoimento à polícia e sua família falou em imprudência da Paraíso do Tuiuti; escola nega irregularidades

Por Constança Rezende
Atualização:
Francisco de Assis Lopes, de 53 anos, que dirigia o carro da escola Paraíso do Tuiuti envolvido no acidente da Sapucaí Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

RIO - O motorista Francisco de Assis Lopes, de 53 anos, que dirigia o carro da escola Paraíso do Tuiuti envolvido no acidente da Sapucaí, disse que não teve culpa pelo acidente, em depoimento prestado a 6ª DP (Cidade Nova) no fim da tarde desta segunda-feira, 27. "Eu não tive culpa. Quem ficou machucado, me desculpe mesmo. Quero pedir desculpas às famílias. Só isso que eu queria dizer", disse o motorista na saída da delegacia.

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Já osfilhos do profissional, Liverton dos Santos Lopes e Lidiane dos Santos Lopes, que acompanharam o depoimento de Francisco, disseram que o acidente teria sido causado por uma imprudência da escola de samba. "Meu pai não sabia que tinha uma roda do carro quebrada, assim como também não sabia que seria acoplado outro carro no dele, que tampou (sic) toda a sua visão na hora de dirigir. Não tinha como ele enxergar, não foi combinado isso, e o guia (que deveria orientar o motorista sem visão do percurso) não apareceu ", disse Lidiane.

Liverton disse que uma roda do carro, chamada roda maluca (móvel), também causou problemas. "Quem entende disso sabe que a roda maluca, quando chove, ela perde o controle", disse. Quando lhe perguntaram por que seu pai não se recusou a dirigir nessas condições, Liverton disse que Franciso dirigia o último carro "e não tinha como recusar". "Ele cumpriu o papel dele como profissional que é. Ele é caminhoneiro. Diziam que ia ter um guia para ele, o acidente não aconteceu porque ele perdeu o controle", afirmou.

Testemunhas contaram que o carro, que era o último da escola e tinha uma parte acoplada, o que dificulta o manejo, entrou na avenida de forma apressada Foto: AP Photo/Carlos Junior

Lidiane também contou que Francisco só percebeu que houve o acidente quando ouviu os gritos. Ela acusou funcionários da escola deagredirem seu pai quando ele saiu do veículo.

Paraíso. O assessor de imprensa da Paraíso do Tuiuti, Rodrigo Coutinho, afirmou poder garantir que “que não procede (a acusação dos filhos do motorista, de que o pai não sabia que dirigiria um carro acoplado)”. “Todos os motoristas sabem exatamente como são os carros”, disse ao Estado. Ele declarou que a agremiação esclarecerá as demais afirmações da família de Lopes em depoimento. “Sobre ter sido agredido ou não, não tenho como afirmar o contrário. Não estava presente no momento do fato, e as pessoas que foram consultadas, negaram”, afirmou.

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