Mulher morre por bala perdida na Maré; PMs do Alemão depõem

A dona de casa Cláudia Rocha estava dentro de casa, na Vila do João, quando foi atingida na cabeça por um tiro de fuzil

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Por Fabio Grellet
Atualização:

RIO - Uma mulher morreu atingida por uma bala perdida na noite desta terça-feira, 14, no complexo de favelas da Maré, na zona norte do Rio. A dona de casa Cláudia Rocha, de idade não informada, estava dentro de casa, na Vila do João, quando foi atingida na cabeça por um tiro de fuzil. 

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No momento estava ocorrendo um confronto entre traficantes e militares da Força de Pacificação que ocupa o conjunto de comunidades desde abril do ano passado. A polícia ainda não sabe de onde partiu o tiro que atingiu Cláudia. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio.

Desde 1º de abril a Força de Pacificação está sendo gradualmente substituída pela Polícia Militar, mas na comunidade em que Cláudia morava o policiamento continua sob responsabilidade da força de segurança. 

Favela do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro Foto: AFP

Cláudia é a terceira pessoa morta por balas perdidas durante supostas trocas de tiro em comunidades do Rio desde o início de abril. No dia 1º, Elizabeth Alves, de 41 anos, morreu atingida por um tiro dentro de casa, no Complexo do Alemão, também na zona norte. A filha dela também foi baleada, mas sobreviveu. No dia seguinte, na mesma comunidade, o menino Eduardo Ferreira, de 10 anos, também morreu atingido na cabeça por um tiro de fuzil.

A família de Eduardo nega que estivesse ocorrendo confronto entre policiais e traficantes no momento em que o menino foi ferido. Segundo familiares, PMs atiraram de propósito e mataram Eduardo.

Um grupo de PMs que estava no local onde o menino foi baleado é investigado. Na noite desta terça, dois policiais militares que integram esse grupo e já admitiram à própria PM que deram tiros e podem ter atingido Eduardo prestaram depoimento na Divisão de Homicídios (DH) da capital, na Barra da Tijuca (zona oeste). O depoimento deles estava marcado para a semana passada, mas uma licença médica justificou o adiamento.

Eles chegaram à DH por volta das 20h40 desta terça e, até as 23h20, não havia a confirmação do fim do depoimento nem informações sobre seu conteúdo.

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