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'Não há democracia enquanto morte de Marielle não for esclarecida'

Viúva da vereadora morta discursou durante ato pelo Dia Internacional da Mulher, no centro do Rio

Por Fabio Grellet
Atualização:
Morte de Marielle completa um ano no dia 14 Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo

RIO - A arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no Rio em 14 de março de 2018, afirmou que “não existe democracia no Brasil enquanto o assassinato de Marielle não for esclarecido”. Ela discursou durante o ato em homenagem ao Dia Internacional da Mulher promovido no centro da cidade na noite desta sexta-feira, 8.

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O presidente Jair Bolsonaro também foi alvo de críticas. Na última terça-feira, ele postou no Twitter um vídeo em que homens praticavam atos obscenos durante a passagem de um bloco de carnaval em São Paulo, e afirmou que “é isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro”. Em referência a esse comentário de Bolsonaro, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que “pornográfico não é o carnaval, mas sim a cabeça do presidente, dos filhos dele, pornográfica é a política que ele faz”.

O ato reuniu uma multidão ao redor da igreja da Candelária, a partir das 16h. Às 18h15 o grupo começou a caminhar pela Avenida Rio Branco em direção à Cinelândia.

Os manifestantes - a maioria, mulheres - cobraram o esclarecimento do assassinato de Marielle, cuja morte vai completar um ano daqui a dez dias, sem que tenha sido solucionado. O grupo também protestou contra a reforma da Previdência proposta por Bolsonaro. Muitas faixas e cartazes pediam a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e também houve críticas a Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.

O ato foi organizado por diversas entidades da sociedade civil e divulgado por meio das redes sociais. Em um carro de som, lideranças dessas entidades discursaram - o esclarecimento do assassinato de Marielle foi a cobrança mais constante.

Marielle

O assassinato da vereadora voltou a ganhar destaque durante o carnaval, em função da homenagem que a escola de samba Estação Primeira de Mangueira prestou a Marielle. A agremiação ganhou o título do desfile carioca após emocionar o público no sambódromo apresentando um enredo sobre heróis populares não exaltados pelos registros oficiais. Marielle foi homenageada tanto na comissão de frente como na última ala. A viúva da vereadora, Mônica Benício, também desfilou.

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