RIO - A polícia do Rio matou 154 pessoas em janeiro - o maior número em um mês em 15 anos, desde o início da série histórica. Até agora, o recorde era de abril e maio de 2008, com 147 mortes do tipo. Os dados, divulgados nesta quarta-feira, 28, são do Instituto de Segurança Pública (ISP), braço estatístico da Secretaria de Segurança do Estado.
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No mesmo mês de 2017, foram 98 casos, uma alta de 57,1%. Oficialmente, a morte por policial em serviço é chamada de homicídio decorrente de oposição à intervenção policial.
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A letalidade violenta - que compreende os crimes de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio por oposição à intervenção policial - cresceu 7,6% em relação a janeiro de 2017. Foram seis policiais mortos em serviço, ante quatro em janeiro do ano passado. Os roubos de veículo também tiveram aumento: 25,7%, ante janeiro do ano passado. Houve ainda alta de 5,6% de armas apreendidas.
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O ISP informou que, por causa da paralisação de parte dos policiais civis em janeiro de 2017, não é possível usar o mês como base de comparação para todos os tipos de crime. No entanto, os registros de letalidade violenta e roubos de veículos não foram afetados.
As estatísticas servem para nortear ações da secretaria, agora sob intervenção das Forças Armadas. Nesta terça-feira, 27, o chefe do gabinete da intervenção, general Mauro Sinott, disse que os dados continuarão a ser utilizados, por serem confiáveis. O interventor, general Walter Braga Netto, chancelou. “Com relação à transparência, não precisam se preocupar, porque o sistema será transparente.”
Reações
Três ONGs recorreram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos contra a intervenção. A Justiça Global, o Instituto de Estudos da Religião e o Centro pela Justiça e o Direito Internacional - que milita pelos direitos humanos na América Latina - consideram preocupante a subordinação da segurança às Forças Armadas.
Deputados estaduais do Rio de Janeiro também querem que Braga Netto preste contas de suas ações na Assembleia Legislativa. Isso foi acertado nesta quarta, em reunião no Comando Militar do Leste (CML). Também foi comunicada a instalação, a partir da semana que vem, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). / COLABOROU FELIPE FRAZÃO